Cultura | 17.06.18 - 12h16
Festa e fé na tradicional Procissão dos Santos Juninos
12ª edição do cortejo celebrou os padroeiros do Ciclo Junino, com direito até a abraço na imagem de Nossa Senhora da Conceição (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR)
Ontem foi dia de fé e festa, no Recife. Reunindo centenas de brincantes e devotos do ciclo e dos santos juninos, um animado e tradicional cortejo se formou no Santuário do Morro da Conceição e desceu até o Sítio Trindade, em celebração a São José, Santo Antônio, São João, São Pedro, Santa Isabel, São Paulo e Santana.
A 12ª Procissão dos Santos Juninos, realizada pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura, reuniu 17 bandeiras, conduzidas por tradicionais agremiações e blocos da cidade, que receberam a bênção dos párocos Renato Azevedo e Padre Ulisses antes de sair em cortejo.
Convidada ao altar, a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, ressaltou a estreita relação entre tradições culturais e religiosas. “Sou cristã, tenho meus compromissos com meu credo. Uma cerimônia como essa me toma inteira, porque é feita de tudo em que mais acredito. As manifestações populares nascem de celebrações religiosas. Para quem se dedica à cultura, há sempre um compromisso sagrado, seja qual a for a tradição e religião de cada um”, disse.
Às 18h, os grupos e suas bandeiras abraçaram a imagem de Nossa Senhora da Conceição, inaugurando uma nova tradição para a liturgia. Depois seguiram em louvor Morro abaixo. “Sabe o que é mais bonito dessa procissão? Tudo. Fico muito emocionada”, disse a sorridente e muito enfeitada Severina Gabriel, 73 anos, do grupo Viver a Vida, da Campina do Barreto, que carregava uma das bandeiras de São João.
Para Sid Cavalcanti, do grupo O Bonde, guardião de outra bandeira de São João, a procissão ajuda a lembrar a origem da festa. “O Recife, mesmo estando no litoral, tem uma das festas mais animadas e autênticas do Nordeste. Mas é muito importante que a gente celebre sem perder de vista a essência sagrada dos festejos juninos”.
No meio do caminho, aberto pelos bacamarteiros e seus pipocos, a procissão encontrou a Forrovioca, que seguiu embalando a caminhada até a chegada no Sítio Trindade, onde muita gente esperava pelo cortejo. “Chega deu saudade do São João de casa”, disse Lariza Neves, 31 anos, natural de Ouricuri, acompanhada de toda a família.
O andor com os santos juninos agora só sai do Sítio Trindade quando acabar a temporada do balancê na capital do frevo e do forró.