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Cultura | 17.09.12 - 16h44

Krommer e Brahms estão no programa da Orquestra Sinfônica do Recife nesta quarta (19)

[caption id="attachment_26213" align="alignleft" width="334"] A orquestra fará uma apresentação só com obras de Krommer e Brahms. Foto: Antônio Tenório[/caption]

A Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) dá continuidade à Série Concertos Noturnos 2012 nesta quarta-feira (19), às 20h, no Teatro de Santa Isabel. Desta vez o programa é composto por obras de Franz Krommer e Johannes Brahms. A entrada é gratuita.

Com regência do maestro Osman Gioia, a OSR apresentará o Concerto para dois clarinetes e orquestra, de Franz Krommer, com a participação dos solistas Jônatas Zacarias e Isaias Rafael. A segunda obra da noite será a Sinfonia nº 2 em Ré maior, Opus. 73, de Johannes Brahms.

Franz Krommer (1759 – 1831) - o compositor, violinista e organista tcheco estabeleceu-se em Viena em 1795; em 1798 tornou-se Kapellmeister do duque Ignaz Fuchs. Foi Kapellmeister (mestre de capela) de balé do teatro da corte imperial, a partir de 1810, diretor de música de câmara e compositor da corte a partir de 1818. Foi considerado um rival forte de Beethoven no início do século XIX, com seus quartetos de cordas. Estilisticamente, a música de Krommer refletiu o espírito de Haydn e Mozart. Ele escreveu uma série de composições (especialmente para sopros) na maioria dos gêneros, mas não produziu óperas ou lieder.

O Concerto de Krommer para dois clarinetes em Mi bemol, op. 35, tem a orquestração, particularmente na abertura majestosa (Allegro), calculada para criar um efeito máximo e a forma concebida do solo para os dois clarinetes soa divertida e engenhosa. Nenhuma das partes é mais difícil ou mais exposta do que a outra e durante grande parte do tempo, os dois solistas são ouvidos em estreito diálogo.

O Adagio central tem um clima beethoviano, mas aqui novamente Krommer demonstra que foi de Mozart que aprendeu muito mais do melancolismo e possibilidades tonais do clarinete. Em seguida, vem um animado Rondó, que impõe exigências técnicas ao testar os solistas através de passagens difíceis e às vezes quase que explorando toda a extensão do instrumento.

Este impressionante concerto duplo, com seus gestos marciais e linhas de solo refinadas, sem dúvida traz uma forte impressão sobre dois primeiros compositores românticos alemães, Weber e Spohr, que tanto escreveram para o clarinete.

Johannes Brahms (1833 – 1897) - Compositor alemão revelou seu talento musical desde tenra idade. Aos 11 anos uma oferta para realizar uma turnê pelos Estados Unidos foi rejeitada e Brahms preferiu ser aluno de Eduard Marxsen, ao mesmo tempo em que contribuía para os escassos rendimentos dos pais tocando em cafés e salas de baile. Já notável pianista, começou também a compor. Em 1853, com 20 anos de idade, realizou turnê durante a qual conheceu Joachim, Liszt, Schumann e sua esposa Clara com quem estabeleceu amizade durante toda a vida. Brahms compôs em forma tradicional, mas insuflando-lhes seu próprio estilo lírico, envolvido em ricas harmonias.

A Sinfonia nº 2 em Ré maior, op. 73 pertence a uma fase bastante distinta da primeira. Escrita durante o verão de 1877, em que Brahms passou as férias no campo, possui uma atmosfera mais bucólica, tranquila, passando uma sensação de calor e espontaneidade que não faz parte dos paradigmas da primeira.

Por essa razão, às vezes a Sinfonia nº 2 é chamada de A Pastoral de Brahms, apesar de não fazer alusão direta a nenhum tipo de sentimento em relação à vida rural. Maliciosamente Brahms escreveu para seu editor em 22 de novembro de 1877, que a sinfonia "é tão triste que você não será capaz de suportá-la. Eu nunca escrevi nada tão triste, e a plateia deve sair em luto". A estreia aconteceu em 30 de dezembro de 1877 em Viena, sob a direção de Hans Richter.