Compaz do Alto Santa Terezinha beneficiará mais de 221 mil pessoas
O bairro do Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife, ganhará o segundo Centro Comunitário da Paz (Compaz) a ser construído pela Prefeitura do Recife. O equipamento será erguido onde hoje funciona Centro Social Urbano (CSU) Afrânio Godoy, na Avenida Aníbal Benévolo. O prefeito Geraldo Julio esteve no local, na tarde desta segunda-feira (18), para lançar o centro, que beneficiará mais de 221 mil pessoas residentes na Região Político-Administrativa (RPA) 2. Até o final do governo, a PCR construirá cinco equipamentos do tipo na cidade.
O Compaz lançado hoje será entregue pela PCR em fevereiro de 2014. Orçado em R$ 7 milhões, ele terá investimentos da própria Prefeitura e dos governos Estadual e Federal. O CSU Afrânio Godoy foi escolhido por estar situado em uma área bastante vulnerável à violência. Em 2012, foram registrados 110 homicídios em um raio de dois quilômetros no entorno do terreno.
Geraldo Julio destacou que a PCR atuará em conjunto com o Governo de Pernambuco na execução de políticas públicas que tenham como meta “oferecer uma qualidade de vida melhor para a população, e, consequentemente, a redução da violência”. “Os nossos jovens não querem as drogas, a violência. Os nossos jovens querem um futuro melhor. Se Deus quiser, e com o trabalho de todos, eles vão ter”, afirmou.
Geraldo Julio conversa com moradores da região (Foto: Andréa Rêgo Barros / PCR)Além do Alto Santa Terezinha, o segundo Compaz atenderá outros 17 bairros da Zona Norte da cidade, a exemplo de Bomba do Hemetério, Vasco da Gama, Morro da Conceição, Linha do Tiro e Alto José do Pinho, entre outros. As atividades desenvolvidas no Compaz são destinadas a jovens entre 15 e 29 anos, que são apontados como as principais vítimas da violência no Brasil.
Para que o Compaz seja devidamente implantado, o prédio onde funciona o CSU será demolido. No local, uma nova edificação com quatro andares será erguida para abrigar uma biblioteca de alta qualidade; um espaço de “Justiça e Cidadania”, com os serviços do Ministério Público, Defensoria Pública, Procon; além de um espaço para mediação de conflitos, apoio às famílias e capacitação profissional. O último andar do prédio contará, ainda, com um ginásio para a prática de artes marciais.
Quando estiver em pleno funcionamento, o centro vai dispor de um cineteatro, laboratório de informática, biblioteca, videoteca e audioteca; bem como salas de recreação e atividades lúdicas com acompanhamento de artistas educadores. A área total construída será de 13 mil metros.
Atualmente, no terreno onde será erguido o segundo Compaz funciona a Escola Municipal Alto Santa Terezinha, a creche Zacarias do Rego Maciel e uma Academia das Cidades. Esses equipamentos, que serão todos mantidos, já oferecem à população do entorno oficinas de artes marciais, dança e música. Com construção do centro, essas atividades serão ampliadas. O espaço dispõe ainda de uma quadra poliesportiva, um campo de futebol com iluminação, um centro administrativo com oito salas e uma piscina.
“Nós estamos tirando do papel o nosso programa de governo e transformando em realidade com atos concretos”, ressaltou Geraldo Julio. No último dia dez de janeiro, o gestor lançou o primeiro Compaz, a ser erguido no antigo clube da Chesf, no Bongi, com previsão de entrega para dezembro deste ano.
DIVISOR DE ÁGUAS - Coube ao secretário de Segurança Urbana do Recife, Murilo Cavalcanti, ressaltar a importância do Compaz como “divisor de águas” no enfrentamento à violência no Recife. “Só vamos construir os centros nos locais onde as pessoas mais precisam. A ideia é que esse equipamento sirva como porta de entrada para todos os jovens da cidade. Quando tudo estiver pronto, podem passar aqui para verificar a diferença”, garantiu Murilo.
“Além de reunir atividades sociais e culturais em um único espaço, o Compaz vai resgatar a esperança dos que, na maioria das vezes, são esquecidos pela população”. A afirmação foi do pequeno Leandro Nogueira, de apenas 12 anos, que, apesar de tão jovem, já sabe bem as atividades que vai querer desenvolver no local. “Quero ser um grande atleta quando crescer”, pontuou o estudante.
Professor de judô no CSU há nove anos, Daigo Rodrigues, 37 anos, está entusiasmado com a nova estrutura que o espaço vai receber.“Hoje, com a situação precária que temos, a quantidade de jovens interessados em praticar esportes aqui, por exemplo, já é enorme. Imagina quando tudo ficar pronto. O espaço vai ‘bombar’”, comentou.