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Cultura | 18.02.21 - 10h33

NOTA DE PESAR - GUITINHO DE XAMBÁ

O secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho, lamentam a morte do músico e criador do grupo Bongar, Guitinho de Xambá, que se confirmou desde muito cedo símbolo de resistência, força e futuro para as tradições culturais populares e de matriz africana em todo o estado de Pernambuco.

Parte da comunidade tradicional quilombola Nação Xambá, Guitinho foi guardião e defensor de saberes culturais ancestrais, mas também empreendeu revoluções a partir da arte e das lutas que herdou. Reescreveu a história de toda uma comunidade, sendo o primeiro integrante do terreiro a conseguir trilhar os caminhos institucionais de formação de conhecimento: estudou música no Conservatório Pernambucano e Ciências Sociais na Universidade Federal de Pernambucano. Sem jamais deixar de celebrar o povo que era e se orgulhava de ser, fundou, em 2001, o grupo Bongar, reunindo ogãs do Terreiro de Xambá para difundir a música, a celebração e a fé que o forjaram como cidadão, artista e ativista.

“Uma perda que entristece profundamente, um lugar vazio na nossa cultura. O conforto possível, no lamento, para família e uma legião formada por amizades, parcerias e tantos admiradores, é o legado de Guitinho. Ficam a arte, a luta, o exemplo de humanidade que tanto agregou, ensinou e abriu caminhos. Ele fez ecoar muito alto  sons de liberdade. Que, mais do que nunca, precisam continuar a ser tocados e ouvidos”, lamenta o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello.

"Recife perde um homem da luta e da defesa dos direitos do povo afro-brasileiro. Um artista que fez do seu trabalho de criação um ato de resistência e de educação. Um poeta dos tambores e dos cantos libertários. Nós, da Fundação de Cultura Cidade do Recife, estamos solidários com a Comunidade do Xambá e com a família de Guitinho, um parceiro, um guardião, um homem de profundos afetos.  Seus ideais permanecerão no sentimento do povo do Recife”, acrescenta o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho.