Programações culturais celebram aniversário do Teatro de Santa Isabel
Dois dias para celebrar um dos equipamentos culturais mais importantes do Recife. Assim foi o final de semana no Teatro de Santa Isabel, que nesta segunda-feira (18) está comemorando 165 anos de existência. Para marcar a data, uma diversificada programação foi realizada, contemplando pessoas de todas as idades. Tudo com entrada franqueada ao público. O Teatro de Santa Isabel é um equipamento administrado pela Prefeitura do Recife.
Neste domingo (17) quatro espetáculos mobilizaram diversas dependências do teatro. Logo no saguão de entrada do Santa Isabel, Nanda Melo e Cacau Nóbrega, com suas “Histórias Contadeiras”, encantaram adultos e crianças. Com muita música e colorido, elas convidaram as pessoas a mergulhar no fantástico mundo das histórias infantis. E o que não faltou foi interação da garotada. A pequena Carol, de 6 anos, diz porque gostou do macaco: “Porque ele perdeu o rabo”, fala com um sorriso no rosto.
Carol foi acompanhada de irmãos e primos. A mãe dela, a secretária Telma Batista, estava encantada com a oportunidade. “Sexta-feira não sai do trabalho enquanto não conferi toda a programação do teatro. Hoje viemos conferir, pelo menos, dois espetáculos. Estou achando super-mega-power-master essa iniciativa e, ainda por cima, por ser de graça”, brincou ela, pegando emprestado um termo da filha.
Para a contadora de histórias Nanda Melo, responsável pela parte de pesquisa de texto da Cia. “Agora eu era ...”, levar sua arte para as crianças num equipamento histórico como o Teatro de Santa Isabel foi um momento único. “Foi maravilhoso. O Santa Isabel é um grande símbolo da arte pernambucana e facultar o acesso das crianças a ele, de forma gratuita, é investir na formação de novos públicos. Apresentar nosso trabalho aqui no saguão foi sentir o teatro mais vivo, junto com essa garotada”, ressaltou Nanda.
Em seguida, foi a vez de Odília Nunes apresentar para o anfiteatro do TSI o seu “DecripolouTotepou”. Acompanhada de uma mala, ela levou muita irreverência ao público com suas histórias vindas do sertão. A chuva tentou atrapalhar a apresentação, mas não conseguiu, pois todo mundo se abrigou no saguão do teatro e continuou participando ativamente da apresentação que interagiu com crianças e adultos.
No início da noite, a programação foi no palco do teatro, numa plateia mais intimista e que teve a oportunidade de acompanhar, bem de pertinho, a encenação do espetáculo Sebastiana e Severina. Com direção de Cláudio Lira, a peça conta a história de duas rendeiras muito amigas e que se veem às voltas com a disputa pelo amor de um mesmo pretendente. Marcaram presença na peça, a secretária de Cultura, Leda Alves, e o secretário executivo, Williams Sant’anna.
Ao final do espetáculo, o casal do Rio Grande do Sul, Eda e Airton Aiolfi não escondiam sua satisfação. “Adoramos a peça. Os atores têm o dom de manter a atenção de pessoas de várias idades. E achamos muito louvável a iniciativa do teatro de facultar ao público a oportunidade de assistir as apresentações gratuitamente. Ao invés de nós darmos um presente ao Santa Isabel, foi ele quem nos deu”, afirma Eda Aiolfi.
Sábado - A comemoração dos 165 anos do Teatro de Santa Isabel teve início no último sábado (16) e contou com três atrações: a contação de histórias “Dona Mocinha no vai e vem da vida”, o recital “O guardador de poetas” e o espetáculo “Cara da mãe”. Centenas de pessoas passaram pelo local durante todo o dia.
A abertura da celebração foi feita por Kika Farias, com o universo místico e todo o cenário meticuloso e delicado de “Dona Mocinha no vai e vem da vida”. O espetáculo encantou a crianças e jovens, mas principalmente a adultos e idosos. O discurso é fluído, construído através de provérbios, frases feitas, poesias e textos que refletem a importância do tempo e das vivencias para compreensão da vida.
A segunda apresentação, “O guardador de poetas”, direção de Flávio Renovatto, encheu de música o saguão do teatro. O artista explorou a literatura e canções que impulsionavam a interação com o público. A última atração do sábado teve lotação limitada para oitenta lugares. Em “Cara da mãe”, do Coletivo Cênico Tenda Vermelha, o público foi convidado a integrar a obra, assistindo à mesma no local em que é realizada: o palco. Acontece então uma imersão, onde a maternidade é abordada de diversas formas, seja nas coreografias, na encenação ou nas canções que ganham forma na voz de Isaar. Toda a construção de “Cara da mãe” torna o espetáculo emocionante e sensorial.
Wall Street - No dia em que completa 165 anos, o Teatro de Santa Isabel é destaque da página portuguesa do Wall Street. O site do jornal, que é um dos mais importantes do planeta, é escrito em seis idiomas diferentes: Inglês, Francês, Alemão, Italiano, Espanhol e Português. A matéria da jornalista e arquiteta Andréa Franklin conta de forma detalhada a história da construção do Teatro e traz fotos atuais do equipamento cultural que é um dos 14 Teatros Monumentos do Brasil.