NOTÍCIAS

| 18.07.12 - 17h58

Futuras Doulas Comunitárias do Recife participam da segunda etapa do curso preparatório

As doulas têm um papel muito além do técnico e profissional. Foto: Irandi Souza

Por Maria Duarte

A segunda etapa do Curso de Formação de Doulas Comunitárias Voluntárias da Secretaria Municipal de Saúde começou nessa terça-feira (17). Até o final do mês, as candidatas a doulas – mulheres que aulixiam as gestantes na hora do parto - que pretendem atuar nas três maternidades do Município (Arnaldo Marques, Barros Lima e Bandeira Filho) estão vivenciando a etapa prática do curso, composto por dois plantões de 12 horas nas unidades.

O momento de prática é voltado principalmente para o contato humanizado com as pacientes a fim de estabelecer elos de respeito e confiança não só com as gestantes, mas com seus familiares e acompanhantes. Entre os instrumentos apresentados às novas voluntárias estavam a bola (que trabalha a musculatura do períneo) e a escada (que facilita a dilatação do colo do útero). Além disso, as orientadoras demonstraram técnicas de massagem (alívio da dor e aumento da liberação de ocitocina, hormônio que promove a contração muscular uterina) e relaxamento, utilizando dinâmicas e música.

A aluna Dione Maria explica o que chamou sua atenção para procurar o curso: “conheci a atividade pela televisão e tive curiosidade, mas quando tive a experiência de contar com o apoio de uma doula durante o parto do meu neto a decisão ficou muito clara”. Ela destaca, ainda, algumas lições retiradas do processo da aprendizagem teórica: “após essa experiência é possível perceber que o maior compromisso é o amor ao próximo e saber compreender a quem precisa de nós em um momento tão importante”.

As doulas têm um papel muito além do técnico e profissional dentro das maternidades. Apoiando as gestantes em um momento de fragilidade emocional tornam-se verdadeiras conselheiras antes, durante e depois desse momento de passagem que é o parto. Kátia Selva já é doula há mais de um ano e relata que “muitas gestantes, principalmente de primeiro filho, estão assustadas, com medo e até mesmo irritadas. Devemos perceber esse quadro e trabalhar como uma ponte entre a grávida, os acompanhantes e os médicos”. Kátia agora orienta as futuras doulas comunitárias e já avisa que a aceitação é grande e que o trabalho, apesar de voluntário, é muito compensador.

A Maternidade Barros Lima foi pioneira na implementação de doulas no sistema de Saúde do Recife, recebendo o primeiro grupo no ano de 2002 por uma iniciativa do Programa de Saúde da Mulher junto à Secretaria de Saúde do Recife. Adriana Carneiro, diretora da unidade, conta como foi o processo de adesão das primeiras doulas comunitárias “é possível perceber a diferença. No inicio houve a fase de adaptação, tanto em relação aos usuários quanto a equipe da maternidade, mas hoje as elas são indispensáveis e requisitadas por todos”.