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Educação | 18.11.16 - 21h27

Estudantes da Escola Municipal Nadir Colaço celebram Dia da Consciência Negra

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Apresentações culturais marcaram a 2ª Semana da Consciência Negra da unidade de ensino, que continua na próxima segunda, quando o jogador Grafite falará sobre o racismo no futebol (Foto: Cortesia)

 

Apresentações de coco, afoxé, maracatu, rap, hip hop e capoeira; rodas de diálogo sobre religião, musicalidade, literatura e culinária de origem africanas; peça teatral sobre o racismo na escola, ensaio de fotos e desfile de alunos negros. As atividades desenvolvidas nesta sexta-feira (18) pelos alunos e professores da Escola Municipal em Tempo Integral (EMTI) Nadir Colaço, localizada na Macaxeira, marcaram as comemorações antecipadas do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado no próximo domingo (20). A programação da 2ª Semana da Consciência Negra da Nadir Colaço continua na próxima segunda (21), quando o jogador tricolor Grafite vai falar sobre racismo no futebol, às 10h.

Numa roda de diálogo sobre "Hip hop: novos quilombos", o professor de história Jairo Moreira falou sobre a importância do hip hop como elemento de combate às injustiças sociais através do seu conteúdo reivindicatório, citou os principais inspiradores da luta contra o preconceito racial, como Martin Luther King, e explicou o que é segregação racial.

"Se formos num shopping, vemos mais brancos. Se formos num presídio, vemos mais negros. Na televisão, vemos poucos apresentadores negros. Não é coincidência. A seleção brasileira nunca foi comandada por um técnico negro. O lugar reservado ao negro na sociedade não é o de comando, mas de comandado. Vivemos numa sociedade de muito preconceito. Temos que entender as raízes históricas do preconceito para combatê-lo", defendeu Jairo, que coordenou a 2ª Semana da Consciência Negra da Nadir Colaço. Segundo o docente, as atividades culturais de promoção à  igualdade racial foram promovidas com o objetivo de resgatar a autoestima da população afrodescendente no Brasil.

A estudante Verônica Correia, 13 anos, do 6º ano, contou que já praticou racismo, mesmo sendo negra. "Eu  tratava uma professora muito mal, rejeitava mesmo. Até que minha mãe pegou uma foto do meu avô, que eu não conheci, e me mostrou que a pele dele era até mais escura que a da professora. Depois disso fui conversar com a professora, ela me explicou o que era racismo e eu pedi desculpa. Até hoje me arrependo. Eu só passei a me ver como negra depois disso", revelou Verônica.

Já a aluna Beatriz Victória Castilho, 13 anos, do 7º ano, foi uma das participantes do Desfile da Beleza Negra. "Nos desfiles de moda, vemos muito mais a beleza branca. É muito importante que a beleza negra também ocupe esses espaços. Para isso, precisamos assumir nossas características. Vemos muitas meninas com cabelo alisado, mas eu sempre incentivo minhas amigas a deixarem o cabelo cacheado. O que mais gosto em mim é o cabelo; sempre deixei cacheado. É a minha marca", contou a jovem.