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| 19.02.12 - 20h40

Quanta Ladeira debuta no Polo Mangue

[caption id="attachment_14408" align="alignleft" width="334" caption="Foto: Clélio Tomaz"][/caption]

Todo ano é assim. Domingo de Carnaval, às 17h, uma multidão lota o Cais da Alfândega (Bairro do Recife), onde fica o Polo Mangue, para ver um bando de artistas ensandecidos, pulando, cantando e gritando versos impublicáveis, numa verdadeira exaltação ao politicamente incorreto. E no Carnaval Multicultural 2012 não poderia ser diferente. O RecBeat (festival carnavalesco de música independente) recebeu, neste domingo (19), o Quanta Ladeira, o bloco mais anárquico do planeta, que, como de costume, mandou ver com suas paródias ácidas e irreverentes. O público, óbvio, caiu na “greia”! 

Lula Queiroga, Zé da Flauta, Silvério Pessoa, Jr. Black, China, Lucky Luciano, Bráulio Tavares. Estes são alguns dos “bons elementos” responsáveis pela garantia de diversão a cada aparição anual do Quanta Ladeira. Há 15 anos, a turma escracha com os assuntos que mais se destacaram ao longo do ano, transformando hits do momento ou clássicos da música em paródias divertidíssimas, onde o que não falta é bom humor e muitos – muitos – palavrões. “O Quanta Ladeira é uma junção de fatores: falta de vergonha na cara da gente, falta do que a gente fazer no Carnaval. E a gente fala muita m.....”, explica Lucky Luciano, um dos fundadores do bloco. 

Na edição de 2012, o Quanta Ladeira rendeu homenagens a “WWW” (Wando, Winehouse e Whitney), artistas falecidos nos últimos meses, e falou de um tudo: silicones que estouram, motoristas embriagados, taras, sexo, drogas, política, o mundo da fama. Tudo serviu de munição para a metralhadora giratória do bloco. No repertório de paródias, versões de “Come Together” (Beatles), “Jardins da Babilônia” (Rita Lee), “Os Alquimistas Estão Chegando” (Jorge Ben), “Me Dê Motivo” (Tim Maia), “Vida de Viajante” (Luiz Gonzaga), “Homem com H” (Ney Matogrosso), entre outros.

Este ano, como de costume, a trupe recebeu alguns convidados, como Chico César, Vítor Araújo, Tibério Azul, DJ Dolores. Outros, foram “forçados” a subir ao palco, como o baterista Pupilo (Nação Zumbi) e a cantora Pitty. Quem também marcou presença foi a cantora Luiza Possi, pela segunda vez. “Este é o único momento em que você tem o compromisso de não se levar a sério. De não levar nada nem ninguém a sério. É uma celebração de tudo o que não pode, do que as pessoas querem, mas não podem falar. Aqui, a gente se libera completamente para o politicamente incorreto”, declarou.

E, contrariando as expectativas anunciadas todos os anos, o Quanta Ladeira anuncia que vai acabar, mas sempre volta. “A gente acaba todo ano, assim como o Carnaval acaba todo ano. O Quanta Ladeira segue as regras do Carnaval. Se alguém viu o Quanta Ladeira fora do Carnaval, pode prender, pode matar, pois é alguém mal intencionado. Porque, depois do Carnaval, a gente vira formação de quadrilha”, dá o recado o cantor e compositor Lula Queiroga.