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Três alunos da rede municipal de ensino do Recife foram premiados, nesta sexta-feira (18), na 14ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) da Universidade de São Paulo (USP), considerada a maior feira brasileira pré-universitária de Ciências e Engenharia. Sob a orientação da professora de geografia Ana Paula Freire, João Marcos Rangel, 14 anos, Arthur André Silva, 13 anos, e Ryan Henrique Martins, 15 anos, estudantes do 8º e 9º ano da Escola Municipal Octávio de Meira Lins, no Vasco da Gama, receberam medalha pelo 4º lugar no Prêmio de Ciências Sociais e Aplicadas com um trabalho sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus causadores da dengue, chikungunya e zika. Na  categoria, o trio concorreu com outros 12 trabalhos de alunos de ensino médio e técnico, sendo os únicos concorrentes de ensino fundamental.

A Febrace começou na última terça-feira (15), na Escola Politécnica da USP (Poli-USP), em São Paulo. Nesta 14ª edição da mostra, foram apresentados 341 projetos de 752 estudantes dos ensinos fundamental, médio e técnico de escolas públicas e particulares de todo o Brasil. Os trabalhos finalistas, que abrangem diversas áreas do conhecimento divididas em sete categorias, foram selecionados entre um grupo de mais de dois mil projetos. Os trabalhos foram avaliados por pesquisadores e especialistas de diversas áreas do conhecimento. 

Iniciado em 2015, o trabalho sobre "O acúmulo de lixo no Alto Nossa Senhora de Fátima e a incidência de casos de dengue na comunidade" foi escolhido para representar a rede municipal de ensino no evento da USP após ter recebido menção honrosa na Feira de Ciências realizada pela Secretaria de Educação do Recife em dezembro. O trabalho, que segue a metodologia científica, foca na eliminação dos focos  do Aedes aegypti. A hipótese inicial do trio relacionava o acondicionamento incorreto do lixo aos casos de dengue no Alto Nossa Senhora de Fátima, no Vasco da Gama. Durante o trabalho de campo, eles descobriram outras causas de focos do mosquito e também resolveram estudar a chikungunya, zika e a microcefalia. Desde o início do ano letivo, o combate ao Aedes aegypti vem sendo debatido nas 307 escolas, creches e creches-escolas municipais. 

"Estávamos esperançosos, mas um pouco inseguros por sermos os mais novos da nossa categoria e por ver tantos trabalhos bons, do Brasil todo. Ficamos muito felizes com o reconhecimento e com os vários elogios que o nosso projeto recebeu dos avaliadores. Vamos voltar para o Recife com mais um motivo para dar continuidade ao trabalho", disse João Marcos. Segundo o jovem, ele e os colegas repassaram tudo que aprenderam para a comunidade, num trabalho de conscientização dos moradores. Eles ainda criaram uma música sobre o tema, gravaram um vídeo e conseguiram um carro de som para usar numa passeata pela comunidade realizada no mês passado, quando entregaram diversos panfletos para os moradores do Vasco da Gama. Na Febrace, o trio levou banner, diário de bordo e relatório de pesquisa para o estande.

Para a professora Ana Paula, os meninos mostraram que não foram escolhidos para representar a rede municipal de ensino do Recife na Febrace por acaso. "Estamos em êxtase por conseguir uma conquista dessa logo na primeira grande feira que estamos participando. Os meninos competiram com jovens de todo o País, com projetos de iniciação científica de nível altíssimo. Esse quarto lugar tem gosto de vitória e vai servir de estímulo para todos os estudantes e professores da rede municipal", disse a docente, que acompanha os alunos em São Paulo, junto com o secretário-executivo de Gestão Pedagógica, Rogério Morais, e o chefe da Divisão de Anos Finais da Secretaria de Educação do Recife, Ivanildo Luís Barbosa. O grupo volta para o Recife na noite deste sábado (19), às 19h.

Segundo o secretário de Educação do Recife, Jorge Vieira, os alunos foram protagonistas no engajamento da comunidade com uma causa coletiva e interviram na realidade de forma efetiva. "As conquistas dão a esperança de que, independente da origem ou adversidades, é possível sonhar, é possível construir um futuro melhor. A premiação é impactante para a vida dos três estudantes e para toda a rede municipal. Quando os meninos retornarem, vão espalhar esta empolgação para todos os colegas e familiares, reverberando uma onda de mudanças. Para a rede municipal, o ensino de ciências vai além do elementar e permite o desenvolvimento de competências essenciais para os profissionais do futuro, alinhadas à vocação da cidade do Recife para a pesquisa, a inovação e o empreendedorismo", avaliou o secretário.

Clique aqui para saber mais sobre o projeto desenvolvido pelos alunos da rede municipal.