OSR realiza première internacional do concerto “Sublunar Mechanics”
Obra de influência minimalista do finlandês Tomi Räisänen abre a série Concertos Noturnos, com apresentações nos teatros de Santa Isabel e Luiz Mendonça
A Orquestra Sinfônica do Recife (OSR) inicia a série Concertos Noturnos com a première internacional de “Sublunar Mechanics”, do músico finlandês Tomi Räisänen. Será uma ótima oportunidade para o público recifense conferir uma obra musical contemporânea, apresentada com exclusividade no Recife. O concerto é apresentado nesta terça-feira (19), às 20h, no Teatro de Santa Isabel, e amanhã (20), às 21h, no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. A entrada para as apresentações é gratuita.
O evento é realizado pela Prefeitura do Recife por meio da Secretaria de Cultura, e conta com o apoio da Fundação para Promoção da Música Finlandesa (Luovan Säveltaiteen Edistämissäätiö - LUSES) e Sociedade Alemã Jean Sibelius.
A obra erudita “Sublunar Mechanics” é influenciada pelo Minimalismo, estilo de composição surgido nos Estados Unidos baseado na repetição e na brevidade de segmentos e motivos rítmicos e melódicos. O concerto terá como solista convidado o pianista Sami Väänänen, também finlandês. “A peça é muito bem escrita. Estamos proporcionando ao público o usufruto de uma obra contemporânea, o que não é muito comum, já que geralmente a música do século 19 é mais explorada”, afirma o maestro Osman Giuseppe Gioia, regente da OSR.
“Tenho muitos amigos músicos de todo o mundo, mas é a primeira vez que venho ao Brasil. Na verdade, a primeira vez que venho a um país do Hemisfério Sul. As pessoas são muito gentis e calorosas aqui”, afirmou entusiasmado o pianista Sami Väänänen. Em seguida, o colega Tomi Räisänen fez questão de destacar: “É tudo muito diferente, o clima, o ambiente, mas a música é uma linguagem universal, sem barreiras de linguagem e civilização”.
Contemporâneo - Para criar “Sublunar Mechanics”, Tomi Räisänen se inspirou na concepção de mundo heliocêntrico desenvolvida por Nicolau Copérnico (1473-1543) e Leonardo da Vinci (1452 – 1519). Foram cinco anos para compor o concerto. “Eu gosto de explorar os sons; sempre quero mais. Com a união entre a música tradicional de orquestra e a música eletrônica eu crio novas cores”, explica o compositor.
Escrita em quatro movimentos (I – Repetitio, II – Allegretto, III - Scherzo meccanico, e IV – Ripresa), a obra erudita explora os diversos tipos de repetição, com influência do Minimalismo e da Música Concreta. “Em certo momento, percebi que a música parecia com algo que já conhecia. Era Beethoven”, revela Räisänen sobre o segundo movimento, baseado parcialmente no Allegretto da Sétima Sinfonia do famoso compositor alemão. O tema de Beethoven aparece e desaparece na música, até retornar em definitivo na composição.
A primeira versão de “Sublunar Mechanics” foi escrita para orquestra de câmara. Depois do contato com o maestro da OSR, Osman Giuseppe Gioia, numa apresentação na Itália, Tomi decidiu fazer uma nova versão. Desta vez, para piano, orquestra sinfônica e “fita magnética” (material sonoro gravado). Em “Sublunar Mechanics” os sons gravados são reais, e não-modificados (por exemplo, um material sonoro é o som de um triângulo, outro de piano). “Nos concertos, gosto de manipular os sons. É uma forma de participar da execução da minha obra”, afirma Räisänen.
SERVIÇO
Concerto Noturno da Orquestra Sinfônica do Recife (OSR)
Dia 19 (terça-feira), às 20h
Teatro de Santa Isabel – Praça da República, s/n, Santo Antônio. Fone: 3355-3322.
Dia 20 (quarta-feira), às 21h
Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu, acesso pelas avenidas Boa Viagem, Visconde de Jequitinhonha e Rua Setúbal. Telefone: 3355-9821.
Entrada gratuita: Ingressos serão distribuídos com uma hora e meia de antecedência do concerto.
MAIS FOTOS
Confira aqui, fotos da Orquestra Sinfônica do Recife