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Cultura | 19.06.12 - 13h34

Tradição cultural do ciclo junino ganha as ruas do Centro do Recife no desfile das bandeiras

Cortejo reúne quadrilhas, bandinhas juninas e trios pé-de-serra, além das imagens de São João São Pedro e Santo Antonio.
 
Depois da procissão dos santos realizada no último sábado (16) em Casa Amarela, Zona Norte da Cidade, a religiosidade e a tradição cultural do ciclo junino voltam a ocupar as ruas do Recife na próxima sexta-feira (22). Desta vez, os santos serão celebrados com o Desfile das Bandeiras, que tem concentração, às 17h, em frente à Igreja da Boa Vista, na Rua da Imperatriz, de onde segue até o Pátio de São Pedro, reduto dos festejos populares no Bairro de São José.
 
Ao todo, 14 bandeiras participam do cortejo: São João da Várzea, São João Menino, São Pedro Pescador, São Pedro de Brasília Teimosa, Santo Antonio de Água Fria, São João Bacnaré, São João Raízes, São João Eu Quero Mais, São João de Água Fria, São João no Arraial, São João da Carroça, São João do Coco Quebrado da Mangueira, São Pedro de Água Fria e São João Deveras.
 
De acordo com o pesquisador da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Marcelo Varela, as bandeiras mais antigas são a de São João Bacnaré, do mestre Ubiracy Ferreira, com mais de cem anos; a de São João de Água Fria, com 50 anos, comandada por Cristina Andrade; e a de São João Menino, com 40 anos, organizada pela professora Ivone Santos no Jardim Beira Rio.
 
Além das bandeiras com imagens dos santos, o desfile reúne as bandinhas juninas 19 de Fevereiro, Tropical e Som Brasil e os trios de pé-de-serra Forró Luado, Veneno, Tropical, Xumbrego, Estrela do Baião, Super Pop, Harmonia e Quentes do Forró, responsáveis por repertório de forró, xote, xaxado e baião. Diferente da procissão dos santos juninos, o Desfile das Bandeiras não conta com hinos religiosos.
 
O bailado junino também estará presente com as quadrilhas Clube de Mães de Sto Amaro, Zabumba, Dona Matuta e Junina Tradição, e o Grupo Raízes de Danças Populares.
 
“O Desfile das Bandeiras é uma forma de dar visibilidade a uma tradição cultural do ciclo junino que está em extinção, o Acorda Povo, que era realizado na madrugada do dia 23. Hoje, poucas comunidades ainda realizam o Acorda Povo. Até no interior, o Acorda Povo está desaparecendo”, explica Varela, que organiza o Desfile das Bandeiras Juninas desde 1994. De acordo com o pesquisador da FCCR, desde 2001 o desfile das bandeiras está crescendo, com mais participações das pessoas da comunidade.