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Meio Ambiente | 19.08.21 - 11h46

Legado de Burle Marx na paisagem do Recife é tema de seminário

Evento faz parte da XIII Semana Burle Marx, promovida pela Prefeitura do Recife e toda dedicada à obra do famoso paisagista brasileiro

 

Para discutir o legado de Roberto Burle Marx, um dos maiores ícones do paisagismo do século 20, aconteceu, na quarta-feira (18), o seminário "Os monumentos vivos de Burle Marx no Recife". O evento virtual, que integra a programação da XIII Semana Burle Marx, foi articulado pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAS), com a participação do Laboratório de Paisagem da UFPE.

O pesquisador Joelmir Marques, do Laboratório de Paisagem, apresentou os aspectos históricos e as características dos seis jardins públicos projetados por Burle Marx no Recife, que são Patrimônio Cultural Nacional, tombados pelo  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Foi no município que o paisagista iniciou sua carreira, em 1934, e seu primeiro projeto público foi a Praça de Casa Forte, um dos seus seis projetos tombados. Outras obras são a Praça do Derby, Conjunto Praça da República e Jardim do Palácio do Campo das Princesas e a Praça Euclides da Cunha, entre outros.

O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Carlos Ribeiro, fez a abertura do seminário destacando a importância do legado de Burle Marx para a capital pernambucana. “Burle Marx estudou o comportamento da flora brasileira, foi um visionário e criou jardins modernos, representando uma mudança de paradigma no paisagismo de Recife e do Brasil. Seu legado precisa ser destacado e valorizado  por todos nós, pois é uma contribuição para a humanidade”, diz Ribeiro.

Em sua apresentação, Joelmir mostrou para  o Comitê Burle Marx o levantamento do seu grupo de pesquisa sobre os monumentos vivos do paisagista, destacando a importância para a história do Recife. O pesquisador levantou ainda as questões relacionadas às demandas de cada jardim de acordo com os restauros liderados pela equipe, expôs o projeto Inventários dos Jardins de Burle Marx e finalizou exaltando a necessidade de acessibilizar informações para cuidados com esses espaços: “A genialidade de Burle Marx conseguiu antecipar teorias. Ele foi precursor em muitas coisas e conseguiu entender que o elemento principal dos jardins era o vegetal. Através de seus jardins, ele destacou a flora brasileira e foi um pioneiro pela preservação do meio ambiente. Ao utilizar a nossa vegetação nativa como peça chave de seus planos paisagísticos, Burle Marx elevou o paisagismo brasileiro ao prestígio internacional com um reconhecimento único que permanece até os dias de hoje. Ele trabalhou a natureza e ordenou com princípios arquitetônicos, tudo bem pensado, muito bem conectado, por isso o legado dele é uma obra de arte”, avaliou Joelmir.

A programação da  XIII Semana Burle Marx continua com ações no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães; exposição virtual na Galeria e escritório de arte, coordenado por Beth Araruna; com passeio ciclístico promovido pelo Olha!Recife, passando  pelas Praças do Entroncamento, do Derby, da República e do Arsenal, com saída do Parque da Jaqueira, todas projetadas pelo paisagista. E, para encerrar as atividades, no dia 31 de agosto e 01 de setembro, acontecerá o II Seminário Internacional Paisagem e Jardim com o tema "Burle Marx na Gestão do Patrimônio", que contará com a participação de palestrantes do Brasil, Espanha e Costa Rica.

A XIII Semana Burle Marx é coordenada pelo Gabinete da Vice-prefeita, Isabella de Roldão, juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e pelo Comitê Burle Marx, formado pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, MAMAM, Museu da Cidade, EMLURB, DPPC, Câmara dos Vereadores, FUNDARPE, UFPE, IPHAN, ABAP/PE, CEPAN, IAB, CAU/PE e pelas Secretarias municipais de Política Urbana e Licenciamento, de Educação, de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos, de Turismo e Lazer e de Esportes.