Prefeitura reúne especialistas de renome internacional para aprofundar discussão sobre o patrimônio cultural no Recife
A relação que as pessoas têm com o cotidiano da cidade, os elementos que compõem a sua identidade, o equilíbrio entre o ambiente já consolidado e a chegada do novo. A cidade é um organismo vivo e em constante movimento. Com esse olhar, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Planejamento Urbano (SEPLAN), se propõe a discutir, de maneira mais aprofundada, a importância que o patrimônio histórico e cultural tem para a cidade, dentro do I Seminário sobre a Preservação do Patrimônio Cultural no Recife.
O evento acontece nesta quarta (20) e quinta (21), a partir das 8h30, no Museu da Cidade do Recife (Forte das Cinco Pontas), e inclui a exposição “Imóveis Especiais de Preservação - 20 anos”, em celebração pelos 20 anos da lei municipal dos Imóveis Especiais de Preservação (IEP). Coordenado pela Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC), o Seminário trará à cidade estudiosos que são referências internacionais na reflexão sobre a preservação do patrimônio cultural. Como a procura superou as expectativas, o evento será transmitido online pelo portal da PCR (www.recife.pe.gov.br) e pelo link http://bit.ly/SeminarioAoVivo.
"O Seminário abre a agenda de discussões para estruturação do Plano de Preservação do Patrimônio do Recife, que prevê a revisão da legislação e regulamentação de instrumentos urbanísticos capazes de estimular a preservação e a gestão do patrimônio histórico e cultural da cidade, transformando-o em um ativo”, afirma o secretário de Planejamento Urbano, Antônio Alexandre. A programação conta com palestras sobre temas atuais relacionados à preservação do patrimônio cultural, incluindo debates sobre o Histórico da Preservação no Recife; Políticas Públicas e Gestão da Conservação; Instrumentos Urbanísticos e Conservação Integrada; Paisagem Cultural e Patrimônio Imaterial.
A proposta é debater sobre qualidade urbana com foco nos mecanismos de preservação do patrimônio histórico e cultural. Balizar a discussão a partir de conceitos atualizados sobre arquitetura e urbanismo é o objetivo desse movimento feito pela PCR junto à população. A programação inclui palestras de Amélia Reynaldo (Unicap) e Silvio Zancheti (UFPE); Hermano Fabrício Queiroz (IPHAN/DF); Leonardo Barci Castriota (UFMG); Maria da Conceição Guimaraens (UFRJ); Nivaldo de Andrade (UFBA); Sônia Rabello (UERJ - Lincoln Institute of Land Policy); Vanessa Gayego (FAU PUCC-Campinas); Daniel Gaio (UFMG) e Fernando Carrión (FLACSO-Ecuador).
“O Seminário se incorpora a uma política de planejamento urbano mais estruturada e abrangente, que visa estabelecer um sistema permanente de gestão do patrimônio, a fim de viabilizar o monitoramento, a administração de incentivos e parcerias e a atualização permanente da legislação”, complementa o secretário. É a primeira vez que o poder público municipal propõe o debate sobre o assunto, em um evento que, também de forma inédita, foi totalmente custeado com recursos de compensação patrimonial.
Em 2018, o Recife fará a revisão do seu Plano Diretor, o principal instrumento de legislação urbanística do município. Uma das dimensões mais importantes do PD, o patrimônio cultural, histórico, material e imaterial da cidade, será alvo de debates e discussões durante o Seminário, discussões estas que também servirão de insumo para a definição deste novo modelo de gestão do patrimônio a ser incorporado pelo Plano Diretor.
Neste ano, o Recife comemora os 40 anos do Plano de Preservação de Sítios Históricos, primeira iniciativa relacionada à preservação e gestão do patrimônio na cidade. A Lei dos Imóveis Especiais de Preservação (IEPs), por sua vez, está completando 20 anos. “Atualmente, a cidade possui 33 Zonas Especiais de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural (ZEPH) e 258 IEPs, dos quais 102 foram criados na atual gestão. Todas estas convergências apontam para a necessidade de ampliar o debate sobre o tema, cada vez mais presente no cotidiano dos grandes centros urbanos e do Recife, particularmente”, aponta Antônio Alexandre.
VISITA TÉCNICA - Nesta terça (19), alguns dos especialistas que participam do Seminário realizaram uma visita técnica aos bairros históricos do Centro do Recife, junto com a equipe técnica da DPPC, para subsidiar as discussões técnicas do evento. A programação começou com um passeio nos rios Capibaribe e Beberibe, usando o Barco Escola Ambiental Águas do Capibaribe, e incluiu também caminhadas pela Boa Vista, Santo Antônio e São José. “Foi uma oportunidade muito interessante para conhecer o Recife por um ângulo novo. Eu já conhecia a cidade e seus monumentos históricos, mas a partir das ruas. No passeio, pudemos experimentar a vista a partir dos rios. O que motiva a participar de eventos como esse é a chance de discutir a preservação patrimonial e compartilhar as experiências dos colegas”, afirmou Nivaldo Andrade, professor da UFBA.
EXPOSIÇÃO – Eles podem ser modernistas, contemporâneos, neoclássicos, chalés, prédios, casarões, sobrados. Os estilos são diversos, assim como as tipologias e juntas essas edificações formam um conjunto arquitetônico essencial para a história do Recife. Neste mês de setembro a lei que regulamenta os Imóveis Especiais de Preservação (IEP) completa 20 anos.
Em celebração à Lei dos IEP (16.284/1997), a Prefeitura do Recife, em parceria com a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), realizará a exposição fotográfica Imóveis Especiais de Preservação 20 anos. A iniciativa é promovida pela Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC/Secretaria de Planejamento Urbano) e será executada pelos alunos do curso de Fotografia da UNICAP.
A abertura da exposição será no dia 20 de setembro, às 19h, no Museu do Recife (Forte das Cinco Pontas). Para o trabalho, a DPPC relacionou 30 IEPs espalhados pela cidade. A fotógrafa Aurelina Moura será a homenageada da exposição. Servidora pública da Prefeitura do Recife, Aurelina começou a fotografar em 1982, quando já fazia parte do quadro de funcionários da URB. Ao longo desse tempo, a fotógrafa registrou dezenas de imóveis e hoje a URB conta com acervo fotográfico que ajuda a contar a história da cidade.