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| 20.02.12 - 05h23

Polos descentralizados do Carnaval Multicultural geram trabalho e renda para o recifense

Carla Maria da Conceição tem 25 anos. Ela vai todas as noites para o polo descentralizado do Carnaval Multicultural em Casa Amarela. Ela curte os shows, mas a atenção maior de Carla é para as latinhas de bebida que população descarta. Carla é catadora de material reciclável e numa noite de show como esta, chega a recolher 20, 30 kg de latinhas de alumínio que vende por R$2,10 o quilo. “Dá até para tirar R$60 numa noite, é com o dinheiro das latinhas que eu sustento minha filha de 9 anos”, diz Carla. Ela diz que uma noite de trabalho no polo de Casa Amarela equivale a um dia inteiro de trabalho normal. “Eu não preciso andar muito e o povo ainda ajuda juntando as latinhas pra mim, quando tem festa assim fica mais fácil trabalhar”, diz Carla.

Dona Denise Ribeiro tem um fiteiro bem ao lado do pátio da feira onde está armado o polo de Casa Amarela. Ela não costuma trabalhar à noite, mas com uma grande festa acontecendo bem perto de seu estabelecimento Dona Denise não se incomoda de fazer um horário extra. “Vale a pena, a festa atrai muita gente até de outros bairros e o pessoal consome bonitinho, é mais lucro pra gente”, diz Dona Denise que comercializa em seu fiteiro produtos como bebidas, cigarros e salgadinhos.

Outra que vê no polo descentralizado do Carnaval Multicultural do Recife oportunidade de bons negócios é Edna Oliveira. Ela é comerciante de um dos boxes de alimentação do Mercado de Casa Amarela. Vende cuscuz, inhame e macaxeira pela noite e madrugada adentro. “Funcionamos 24 horas mas quando a Prefeitura faz uma festa como esta o movimento aumenta muito”, diz Edna. A comerciante não sabe precisar quantas refeições está servindo por noite durante o carnaval, “é muito trabalho, não dá para contar direito”, diz Edna com um ar cansado mas satisfeito. Mesmo assim ela arrisca um palpite: “deve ser uns cem pratos por noite”, diz Edna sem parar o trabalho.

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