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Cultura | 20.04.12 - 09h48

Crianças com Transtorno Global do Desenvolvimento são atendidas pela Secretaria de Educação

Prefeitura do Recife segue política de inclusão do MEC integrando as crianças especiais a rede municipal de ensino

A Secretaria de Educação, por meio de sua Gerência de Educação Especial (GEE), atende a cerca de 2 mil estudantes com necessidades educacionais específicas, 200 deles com o Transtorno Global de Desenvolvimento. O TGD compreende os vários tipos de transtornos: espectro autista, psicoses infantis, Síndrome de Asperger, Síndrome de Kanner e Síndrome de Rett. Nas interações sociais, as crianças apresentam algumas dificuldades, tais como: iniciar e manter uma conversa, variações na atenção, mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade em alguns casos.

Essas crianças estudam junto com as outras que não apresentam o transtorno, porém elas têm uma atenção especial por parte dos educadores. “Nós seguimos as políticas públicas de inclusão do MEC, integrando nossos alunos com necessidades especiais nas unidades da Rede Municipal de Ensino, através do Atendimento Educacional Especializado. Esses atendimentos são feitos em 71 salas com recursos multifuncionais, trabalhando no contraturno dos educandos, para os casos mais específicos”, ressalta a gerente de Educação Especial, Suzana Brainer.

Além das salas, a Gerência trabalha com professores itinerantes, auxiliados por estagiários, que apóiam as escolas no processo de inclusão dos estudantes, quebrando barreiras e dando continuidade ao desenvolvimento educacional das crianças atendidas. Esta semana, 700 estagiários da Gerência de Educação Especial participaram de uma qualificação que abordou o Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e suas características. Eles aprenderam a identificar e lidar com a falta de interações sociais recíprocas que se manifestam nos primeiros cinco anos de vida destas crianças.

Para algumas crianças com TGD existem interesses de maneira diferenciada, podendo fixar a atenção em uma só atividade, na coordenação motora, evitando o contato visual. Podem, também, demonstrar aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas ou estabelecer contato por meio de comportamentos não-verbais. Ao brincar, ficar parados com objetos em algum lugar, a interagir junto às demais crianças, promovendo ações repetitivas e bastante comuns.

Segundo a técnica pedagógica da GEE, Conceição Nunes, é de fundamental importância que os estudantes com o TGD possam estudar na sala de aula de forma respeitosa e confortável. “Com essa formação nossos estagiários adquirem conhecimentos específicos para trabalhar com os alunos, o que propicia a quebra de preconceitos, favorecendo um convívio social amistoso”, explica.

Com relação à comunicação verbal, as crianças com TGD repetem, em alguns casos, as falas dos outros – característica conhecida como ecolalia - e ainda, se comunicam através de gestos ou com uma entonação mecânica, utilizando-se de jargões.

Para a estagiária da Escola Municipal Inês Soares de Lima, Tatiana Edneuza, 25 anos, atualmente cursando o Magistério, “esse tipo de formação ajuda os estagiários a melhorar o trabalho feito com os estudantes, pois quaisquer dificuldades de aprendizagem que possam apresentar, nós estamos lá para inseri-los no convívio escolar”.

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