Escola Divino Espírito Santo comemora Dia do Livro com lançamento de obra escrita por alunos
O Dia Nacional do Livro Infantil foi comemorado em grande estilo na Escola Municipal de Tempo Integral (EMTI) Divino Espírito Santo, localizada no bairro da Caxangá. Nessa terça-feira (18), professores e alunos do 3º ao 5º ano e do Programa de Correção de Fluxo Acelera Brasil se reuniram na quadra para recitar poemas, assistir a apresentações culturais e prestigiar o lançamento do livro "O mangue pede socorro", escrito pelos estudantes das turmas do 4º ano e integrantes do Programa Acelera em 2016. A iniciativa faz parte do Programa de Letramento do Recife (ProLer), da Secretaria Municipal de Educação, que tem como um dos objetivos o incentivo à produção literária dos alunos.
Desenvolvido sob orientação da professora Lindinalva Barbosa, a obra "O mangue pede socorro" foi escrita e ilustrada coletivamente pelos seus alunos, que conseguiram aprimorar as habilidades de escrita e leitura, além de desenvolver o espírito de coletividade, necessário nas atividades em grupo. Segundo a docente, a turma era muito difícil porque tinha muitos estudantes com distorção idade-série, o que interferia na autoestima e no relacionamento entre os alunos.
"Foi um trabalho desafiador. Recebi muita ajuda da coordenadora e dos outros professores da unidade. Fizemos uma atividade extraclasse em que visitamos o mangue que está no entorno da escola e os estudantes puderam observar com os próprios olhos a situação atual do nosso ecossistema", contou Lindinalva. Apesar de ainda ser professora na rede municipal de educação, a docente não trabalha mais na EMTI Divino Espírito Santo, mas fez questão de voltar à unidade para prestigiar o lançamento do livro.
Lindinalva contou ainda que, apesar do gosto pela leitura, os alunos não gostavam de escrever e foi isso que a motivou a estimular a produção textual. "Além de aulas sobre fauna e flora, também discutimos sobre gêneros textuais. Lemos o livro 'A árvore que falava' e eles se encantaram com as ilustrações e o formato dos diálogos. Gostaram tanto que, quando dei a ideia de produzirmos uma obra semelhante, eles queriam copiar. Foi então que expliquei quão legal seria criar uma história que ainda não tinha sido contada", disse.
Para os autores Rafael Silva, 11 anos, e Thiago Vilarim, 14, que estão no 5º ano atualmente, a experiência uniu a turma e melhorou bastante suas habilidades em gramática. "Aprendemos muito sobre a preservação do meio ambiente. Achei legal escrever esse livro e não conheço ninguém que já escreveu um. Agora posso me orgulhar de ter participado da criação dessa obra", disse Rafael.
A comemoração ao Dia Nacional do Livro Infantil na EMTI Divino Espírito Santo ainda contou com um recital de poesias feito pelas turmas do 5º ano. Foram declamados os poemas "O bicho" e "Leilão de Jardim", de Manuel Bandeira e Cecília Meireles. Houve ainda uma apresentação dos alunos que cursam a disciplina eletiva Música e Diversidade, ministrada pela professora Luciana Cavalcante, que foi muito aplaudida pelos estudantes e professores no evento. Segundo Luciana, é comprovado que trabalhar música e dança facilita a concentração e o desenvolvimento do raciocínio lógico. "O objetivo da disciplina não é formar músicos, mas propor uma atividade que estimule a criatividade e a responsabilidade. E essa prática acaba por auxiliar o desenvolvimento deles nas outras disciplinas da base curricular".
Para a coordenadora da unidade, Aline Silva, a realização de eventos como esse é necessária para promover a integração dos alunos entre si e dos estudantes com os funcionários da escola. "É gratificante ver como eles se empolgam para participar das atividades comemorativas e ajudam a manter a organização do evento. Isso nos motiva a continuar trabalhando para proporcionar ações que contribuam para a formação cultural e social dos nossos alunos", afirmou.
PROLER - Lançado em fevereiro de 2014, o Programa de Letramento do Recife (ProLer) tem o objetivo de alfabetizar os estudantes da rede municipal até os 6 anos de idade – dois anos a menos que o preconizado pelo Ministério da Educação (MEC). O programa estimula os alunos a ler e a serem autores de textos literários. A cada mês, os estudantes leem livros paradidáticos e, depois, têm a oportunidade de contar e recontar as histórias, para que comecem a trilhar os caminhos da autoria. Os melhores textos são publicados ao final do ano letivo. Desde 2015, a Secretaria de Educação do Recife já lançou 19 livros com histórias produzidas e desenhadas pelos alunos, publicados pela editora Imeph.