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Direitos Humanos | 20.07.17 - 20h00

Mulheres que moram em Casa de Acolhida em Campo Grande debatem racismo e direitos humanos

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A atividade faz parte da programação do mês da Mulher Negra, Latinoamericana e Caribenha, comemorado em julho (Foto: Inaldo Lins/PCR)

 

Cerca de 15 mulheres em situação de vulnerabilidade social que vivem temporariamente na Casa de Acolhida O Recomeço, localizada em Campo Grande e mantida pela Prefeitura do Recife, debateram racismo e direitos humanos nesta quinta-feira (20). A roda de diálogo Mulheres Negras e Direitos Humanos foi promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Política sobre Drogas e Direitos Humanos, através da Gerência de Igualdade Racial, como parte da programação do mês da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, comemorado em julho.

A gerente de Igualdade Racial do Recife, Girlana Diniz, explicou as diferenças entre preconceito, discriminação e racismo. “O racismo é uma ideologia de superioridade moral, estética e intelectual que está no inconsciente coletivo. Nós aprendemos a ser racistas, assimilamos coisas que eram naturalizadas. Isso tudo traz desigualdade, dominação, exploração e opressão. As mulheres negras, de acordo com as pesquisas, são as que mais sofrem com a violência doméstica. Isso é fruto do machismo e do racismo. Precisamos nos empoderar para quebrar essas estatísticas”, disse a gestora, antes de passar a palavra para a representante do Centro Municipal de Referência em Direitos Humanos.

A jovem Andreza de Oliveira, de 24 anos, foi uma das que mais opinou durante o debate. Ela contou que está morando temporariamente na casa de acolhida por não ter mais condições de pagar o aluguel da casa onde morava com a filha de 6 anos, que vive com ela no abrigo. “Quando minha filha nasceu, o porteiro da maternidade me perguntou onde estava a mãe da criança porque ela é loira e eu sou negra. Eu não abaixo minha cabeça diante dessas coisas, me sinto empoderada. Achei muito interessante a discussão porque nos traz vários conhecimentos importantes. Muita gente aqui não tinha noção do que é racismo”, avaliou Andreza, que já concluiu o Ensino Médio e está fazendo curso do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

PROGRAMAÇÃO – A programação do mês da Mulher Negra, Latino-amerciana e Caribenha teve início no Recife nos dias 07 e 11 de julho, com ações de incentivo à saúde das catadoras de recicláveis que trabalham na Cooperativa Ecovida Palha de Arroz, no bairro do Arruda. Nas últimas terça (18) e quarta (19), a Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Política sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife e a Secretaria Municipal de Saúde promoveram o curso “Mulheres negras e políticas públicas”, direcionado a servidoras municipais, com o objetivo de debater a importância das políticas públicas para as mulheres negras e de refletir sobre o impacto do racismo na efetivação dessas políticas.

A programação será encerrada na próxima terça (25), quando se comemora oficialmente o Dia da Mulher Negra, Latino-amerciana e Caribenha. Das 9h às 12h, haverá uma roda de diálogo sobre a violência contra a mulher negra no Centro de Atenção à Violência contra a Mulher Sony Santos.