Dia Mundial do Alzheimer: Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa reforça importância do diagnóstico precoce
Segundo a Organização Mundial da Saúde, nas próximas três décadas, os casos de Alzheimer quase irão triplicar no mundo. No Brasil, cerca de 1,2 milhão de brasileiros convivem atualmente com a doença
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de brasileiros convive atualmente com o Alzheimer. Boa parte deles, sem diagnóstico. E a estimativa é que, pelo menos, 100 mil novos casos sejam registrados por ano no Brasil. Neste 21 de setembro, data que marca o Dia Mundial e Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, unidade de referência no cuidado e acolhimento à pessoa idosa do Recife, alerta para a importância do diagnóstico precoce da doença, com o objetivo de criar melhores possibilidades de acompanhamento para os pacientes.
O Alzheimer está inserido no grupo das demências - ou seja, aquelas doenças em que há um declínio cognitivo. “Na prática, isso se traduz por dificuldades não só de memória, mas também de linguagem, de atenção, de localização e orientação no espaço. Além disso, podemos perceber até mesmo uma mudança de comportamento, desde que significativa e persistente. No caso do Alzheimer, trata-se de uma demência degenerativa. Então, espera-se uma piora gradativa dos sintomas ao longo dos meses e anos da doença”, explica a neurologista do HECPI, Ester Campos Tavares.
A doença está ligada diretamente ao envelhecimento, porém pessoas mais jovens, em situações mais raras, podem desenvolver um quadro de demência. “É importantíssimo esclarecer que esquecer não é normal da idade, como muitas vezes se diz. Queixas de esquecimento devem ser valorizadas e investigadas em qualquer faixa etária, mas especialmente na pessoa idosa”, reforça a neurologista.
Entre os primeiros sinais que podem ser identificados, estão as dificuldades de memória, especialmente para os fatos e eventos atuais ou recentes. “O paciente costuma lembrar-se do passado distante sem prejuízos, mas pode fazer perguntas repetitivas referentes a coisas atuais, perder compromissos, não reter informações novas que lhe são passadas. Além disso, precisa de auxílio para realizar atividades que fazia previamente de forma independente”, completa Ester.
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, nas próximas três décadas, os casos de demência saltarão de 55 milhões para 132 milhões em todo o mundo. Aliado a um diagnóstico precoce, a expectativa é de que as opções terapêuticas se ampliem na busca de mais qualidade de vida para pacientes com Alzheimer e suas famílias.
O Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, unidade ligada à Prefeitura do Recife, é referência no atendimento interdisciplinar à pessoa idosa em áreas como enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutrição, psicologia e serviço social. Para ter acesso aos serviços da unidade, a população deve procurar a sua unidade de saúde de referência para receber o encaminhamento. O agendamento ocorre através do Sistema de Regulação da Secretaria de Saúde do Recife.
Danyelle Lima, terapeuta ocupacional do HECPI, explica que tanto o cuidador ou familiar, como o profissional de saúde devem sempre estimular o paciente em sua rotina. “É importante permitir que ele realize as atividades que gosta e que são significativas, mas não abrir mão da supervisão. Estimular a independência nas atividades básicas da vida diária é imprescindível para manter o nível de autonomia do paciente no seu dia a dia. Além disso, buscar mantê-lo sempre orientado quanto ao tempo (mês, ano, dia da semana), deixar o ambiente sempre calmo e estabelecer uma rotina pré-estabelecida para evitar possíveis alterações comportamentais”, explica.
Na próxima segunda-feira, (26), às 9h, a médica neurologista Ester Campos Tavares realizará uma conversa com pacientes e acompanhantes do ambulatório sobre medidas de prevenção do Alzheimer.