22ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional apresenta mais 22 espetáculos até domingo
O Recife dedica mais uma semana à celebração da produção cênica local e nacional. Em cartaz na cidade desde o último dia 16, reunindo sempre numerosos e calorosos públicos, o 22° Festival Recife do Teatro Nacional apresenta, até o próximo domingo (26), mais 22 espetáculos: 13 montagens locais e 9 produções nacionais inéditas na cidade. Ao todo, contabilizando os dez dias de programação, o Festival oferecerá aos públicos do Recife 50 sessões de espetáculos os mais diversos, entre infantis e adultos, de rua e de palco, leituras dramatizadas e sucessos de bilheteria.
Vai ter até peça inspirada em filme pernambucano festejado no país todo. Celebrando a força da produção cultural e cênica do estado, “Tatuagem”, musical político da paulistana Cia da Revista, adapta para o teatro o premiado filme homônimo do pernambucano Hilton Lacerda, transpirando a irreverência e a liberdade que ainda emana do grupo de teatro recifense da década de 1970, Vivencial Diversiones. Adaptação, direção, cenários e figurinos são de Kleber Montanheiro. O espetáculo será apresentado no sábado (25) e no domingo (26), às 19h, no Teatro do Parque.
Entre os espetáculos nacionais inéditos que sobem aos palcos nos próximos dias, destacam-se ainda: “Órfãs de Dinheiro”, solo da atriz Inês Peixoto, do Grupo Galpão, de Minas Gerais, no Teatro Apolo; o animado “Contestados”, da Cia Mútua de Teatro e Animação, de Santa Catarina; “Interior”, do grupo cearense Bagaceira; além dos infantis “Pelos quatro cantos do mundo”, da Cia Teatral Milongas, do Rio de Janeiro, que mostra a jornada comovente e surpreendentemente cômica de uma criança síria refugiada em busca do pai; “Boquinha: E assim surgiu o mundo”, do Coletivo Preto, da Bahia, com texto do ator Lázaro Ramos, que convida a refletir sobre a o universo, sua origem e sua grandeza; e “A.N.J.O.S”, da Cia Nau de Ícaros, de São Paulo, espetáculo de dança e circo.
Na rua
Nesta derradeira semana de programação, o Festival ganhará também as ruas da cidade, subvertendo o cotidiano em comoção e aplauso. Na quarta (22) e na quinta (23), o Morro da Conceição e a Rio Branco servirão de cenário para o grupo Clows de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, premiado e cativo nos palcos de várias edições do Festival, realizado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. A companhia apresenta nesta 22ª edição o espetáculo “Ubu - O que é bom tem que continuar”, transportando das páginas para as ruas alguns personagens do clássico Ubu Rei, de Alfred Jarry, numa contundente sátira política
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De quarta a sexta (24), a performance urbana “Grande Prêmio Brazil”, dos pernambucanos Andréa Veruska e Wagner Montenegro, terá mais três sessões, nos mercados públicos de Afogados, Água Fria e Casa Amarela, promovendo uma corrida, com resultado bem previsível, entre os personagens Salário Mínimo e Custo de Vida.
Também na quarta e na sexta-feira, às 18h e 19h, haverá sessões de leitura dramatizada com atores e grupos recifenses, celebrando outros formatos e sentidos cênicos: respectivamente, “Justa”, com texto de Newton Moreno, encenado por Fabiana Pirro e Ceronha Pontes, na Faculdade de Direito; e “O Sonho de Ent”, com texto de André Filho, encenado pela Cia Fiandeiros, na sede da companhia, na Boa Vista.
Montagens locais
Majoritária na grade, a produção cênica recifense desfilará também suas novidades. Entre as montagens mais recentes, destaca-se “Miró: Estudo nº 2”, do Magiluth, que estreou no Recife no último mês de maio, celebrando o poeta e sua literatura feita de denúncia e asfalto. O espetáculo será apresentado hoje (20), no Teatro do Parque.
Subirá ainda aos palcos do Festival até domingo um pulsante mosaico de montagens locais, como “Deslenhar”, do Teatro Miçanga, “Alguém para fugir comigo”, do coletivo Resta 1, “Yerma - Atemporal”, de Simone Figueiredo e Paulo de Pontes, “Pedras, flor e espinho”, da ACA Produções Artísticas, “Auto da Barca do inferno”, da Cênicas Cia de Repertório, “Solo para um Sertão Blues”, de Cláudio Lira, “Narrativas encontradas numa garrafa pet”, do grupo São Gens de Teatro, “Ao Paraíso”, de Valécio Bruno, e “Céu Estrelado”, do Grupo Pedra Polida.
Bilheteria e arrecadação de alimentos
Não há cobrança de bilheteria para nenhum espetáculo do Festival. Nos teatros, os ingressos são distribuídos ao público uma hora antes do início das apresentações, mediante entrega de um quilo de alimento não perecível. Toda a arrecadação está sendo revertida para o Banco de Alimentos da Prefeitura do Recife, localizado no Compaz Dom Helder Câmara, no Coque, que recebe e repassa alimentos para os equipamentos socioassistenciais da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, como Centros Pop, CRAS, CREAS e casas de acolhida.
Até ontem (19), foram arrecadados 2.679 quilos de alimentos não perecíveis. Na tarde de hoje, no Banco de Alimentos, foi formalizada a entrega do apurado até agora para duas instituições: o Sindicato dos Artistas de Pernambuco e o Lar Batista Elizabeth Mein, que atende crianças de 6 a 17 anos, em situação de vulnerabilidade.
“Esses alimentos serão muito importantes para artistas, como os circenses, que vivem do que apuram a cada dia. Será uma dádiva para muita gente”, celebrou Ivonete Melo, presidente do Sindicato. “Esse trabalho é muito importante. Muitas crianças serão beneficiadas”, complementou Vera Brasil, presidente do Lar.
“O Festival Recife do Teatro Nacional vem confirmar o nosso esforço diário: para alimentar todas as cadeias culturais, formar novos públicos e assegurar o direito de todos para viver e se alimentar de arte”, disse o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello. “O objetivo do Banco de Alimentos e de mais essa iniciativa do poder público municipal é garantir o direito a uma vida digna, a uma alimentação digna, que todo cidadão deveria ter assegurado. O Festival fortalece essa rede de assistência social na cidade, reforçando a cultura da doação de alimentos”, acrescentou Ana Rita Suassuna, secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos.
22º Festival Recife do Teatro Nacional
De 16 a 26 de novembro
Acesso gratuito, mediante entrega de um quilo de alimento não perecível
Dia 20 (segunda-feira)
19h - “Miró: Estudo nº 2”, do Grupo Magiluth (PE), no Teatro do Parque
19h - “Deslenhar”, do grupo Teatro Miçanga (PE), na área externa entre os teatros Hermilo e Apolo
20h - “Órfãs de Dinheiro”, solo de Inês Peixoto (MG), no Teatro Apolo
Dia 21 (terça-feira)
20h - “Alguém para fugir comigo”, do Resta 1 Coletivo (PE), no Teatro Hermilo Borba Filho
Dia 22 (quarta-feira)
10h - “Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro (PE), no Mercado de Afogados
17h - “Ubu - O que é bom tem de continuar”, do Grupo Clows de Shakespeare (RN), no Morro da Conceição
18h - Leitura dramatizada “Justa”, com Fabiana Pirro e Ceronha Pontes, na Faculdade de Direito
19h - “Yerma - Atemporal”, de Simone Figueiredo e Paulo de Pontes (PE), no Teatro do Parque
20h - “Pedras, flor e espinho”, do grupo ACA Produções Artísticas (PE), no Teatro de Santa Isabel
Dia 23 (quinta-feira)
10h - “Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro (PE), no Mercado de Água Fria
17h - “Ubu - O que é bom tem de continuar”, do Grupo Clows de Shakespeare (RN), na Avenida Rio Branco
19h - “Auto da Barca do Inferno”, da Cênicas Cia de Repertório (PE), no Teatro do Parque
21h - “Solo para um Sertão Blues”, de Cláudio Lira (PE), no Teatro Apolo
21h - “Narrativas encontradas numa garrafa pet”, do Grupo São Gens de Teatro (PE), no Teatro Hermilo Borba Filho
Dia 24 (sexta-feira)
11h - “Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro (PE), no Mercado de Casa Amarela
15h - “Boquinha: E assim surgiu o mundo” (infantil), do Coletivo Preto (BA), no Teatro Barreto Júnior
19h - Leitura dramatizada “O Sonho de Ent”, da Cia Fiandeiro (PE), na sede da companhia (Rua da Saudade, 240, Boa Vista)
20h - “Contestados”, da Cia Mútua Teatro e Animação (SC), no Teatro Apolo
21h - “Ao Paraíso”, de Valécio Bruno (PE), no Teatro Hermilo Borba Filho
Dia 25 (sábado)
11h - A.N.J.O.S”, da Cia Nau de Ícaros (SP), no Teatro Luiz Mendonça
16h - “Boquinha: E assim surgiu o mundo” (infantil), do Coletivo Preto (BA), no Teatro Barreto Júnior
17h - “A.N.J.O.S” (infantil), da Cia Nau de Ícaros (SP), no Teatro Luiz Mendonça
17h - “Pelos quatro cantos do mundo” (infantil), Cia Teatral Milongas (RJ), no Teatro de Santa Isabel
18h e 20h - “Interior”, do Grupo Bagaceira (CE), no Teatro Hermilo Borba Filho
19h - “Tatuagem”, Cia Revista (SP), no Teatro do Parque
20h - “Contestados”, da Cia Mútua Teatro e Animação (SC), no Teatro Apolo
Dia 26 (domingo)
11h - A.N.J.O.S”, da Cia Nau de Ícaros (SP), no Teatro Luiz Mendonça
16h - “Céu estrelado” (infantil), do grupo Pedra Polida (PE), no Teatro Apolo
17h - “A.N.J.O.S”, da Cia Nau de Ícaros (SP), no Teatro Luiz Mendonça
17h - “Pelos quatro cantos do mundo” (infantil), Cia Teatral Milongas (RJ), no Teatro de Santa Isabel
18h e 20h - “Interior”, do Grupo Bagaceira (CE), no Teatro Hermilo Borba Filho
19h - “Tatuagem”, Cia Revista (SP), no Teatro do Parque