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Saúde | 21.02.17 - 11h34

Serviço do Hospital da Mulher atenderá vítimas de agressão durante o Carnaval

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A unidade atende mulheres a partir dos 10 anos de idade (Foto: Inaldo Lins/PCR)

 

As mulheres que sofrerem algum tipo de agressão durante o Carnaval deste ano, vão poder contar com mais um serviço de apoio. Trata-se do Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência – Sony Santos, que funciona no Hospital da Mulher do Recife,unidade da Prefeitura do Recife, localizada no Curado. As mulheres poderão se dirigir ao Centro em qualquer dia e qualquer horário, já que o local estará funcionando 24 horas por dia, durante todos os dias da Folia de Momo.

O Centro Sony Santos dispõe de uma equipe multidisciplinar de profissionais, incluindo médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais e realiza desde o atendimento médico até, se a mulher desejar, a elaboração do boletim de ocorrência e perícia do IML. O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, destaca que todo o acolhimento à mulher vítima de violência acontece dentro da mais absoluta confidencialidade. “O nosso desejo é que nenhuma mulher sofresse agressão, mas se isso acontecer, ela vai encontrar aqui uma linha completa de cuidados”, acrescenta a diretora geral do HMR, Isabela Coutinho.

Para divulgar as ações do Centro, cartazes com informações sobre o serviço e contatos serão afixados em pontos de atuação da Prefeitura do Recife, como a Central do Carnaval, pólos de animação, TIP, aeroporto etc. ”O serviço funcionará normalmente, ou seja, 24 horas por dia. É importante frisar que o atendimento é voltado para mulheres de todo o Estado”, afirma a coordenadora do serviço,  Sandra Leite. Panfletos também serão deixados nestes locais e ficarão à disposição do folião.

Sony Santos – O Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência – Sony Santos foi inaugurado em 15 de julho de 2016. A unidade atende mulheres vítimas de qualquer tipo de agressão e funciona num prédio anexo ao Hospital da Mulher do Recife, no Curado. O atendimento mantém a confidencialidade necessária nesses casos.

No serviço, além do atendimento de saúde e psico-social, a mulher vítima de violência física e/ou sexual, tem à disposição o registro policial, se ela desejar; e a perícia do legista, caso necessário. Essa integração entre os serviços é resultado de uma parceria entre a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Defesa Social.

Na forma tradicional, a mulher agredida busca uma unidade de saúde para atendimento médico; depois se dirige até a delegacia para registrar a ocorrência; e, em seguida, vai para o IML, onde faz o exame de corpo de delito. Neste caminho, muitas acabam desistindo da denúncia, por vários motivos. Constrangimento por precisar contar a mesma história várias vezes, exaustão após um trauma intenso e, até mesmo falta de recursos financeiros para os deslocamentos.

O resultado é a subnotificação das agressões, o que leva à impunidade e perpetua a violência contra a mulher, segundo avaliam os especialistas. Com a integração dos serviços num único espaço – como é o caso do Sony Santos, a expectativa é que o problema diminua.

Estrutura – A estrutura física conta com dois consultórios, salas para atendimento psicológico, serviço social e sala de atividades, além de duas suítes para as pacientes, quarto de repouso para os profissionais, banheiros, posto de enfermagem e recepção. No setor atuam médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, além de perito do IML e recepcionista. Ainda na parte interna, chama a atenção pinturas e frases de encorajamento e apoio, feitas voluntariamente pelo artista plástico Rafa Matos.

Homenagem – O Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência recebe o nome de Sony Santos, numa homenagem a ela que era militante do movimento negro, mestra em Vigilância em Saúde pela UPE, pesquisadora e referência tanto em saúde da população negra, quanto em violência contra a mulher e DST/Aids.  Coordenadora da Política da Saúde da População Negra do Recife, Sony Santos, faleceu em 12 de março de 2016.