Após dois anos, Escolas de Samba do Recife retornam encantando os foliões
"Sou grato, primeiramente, a Deus por esta oportunidade. Estar com minha escola outra vez na avenida, homenageando a memória dos que se foram nesses últimos anos, para todos nós é uma grande alegria.” As palavras do instrumentista da Escola de Samba Limonil, Laércio José, representaram um sentimento coletivo. A espera foi longa e angustiante, mas, para a felicidade geral da nação sambista recifense, após dois longos anos de pandemia, enfim, na noite desta segunda-feira (20), o grupo especial voltou a desfilar para o público.
Quatro agremiações fizeram parte do desfile que, pela primeira vez, aconteceu na passarela montada pela Prefeitura do Recife na Rua João Lyra, em Santo Amaro, ao lado do Parque 13 de Maio. Foram elas as escolas de samba do grupo 01: Estudantes de São José e Limonil e do grupo especial: Galeria do Ritmo e Gigante do Samba.
Abrindo com o pé direito os desfiles, a Estudantes de São José apresentou na passarela o enredo “Paranã Pukã, o sol brilha no infinito”. Nas cores vermelho e branco, os integrantes da escola vestiram cocares para homenagear os povos indígenas, " primeiros habitantes das terras pernambucanas". Na sequência, já na madrugada da terça-feira (21), a Limonil, do bairro de Afogados, vestiu de verde e branco a passarela, trazendo um samba enredo em homenagem ao cantor e compositor carioca de alma pernambucana, Wellington do Pandeiro.
Abrindo as apresentações do grupo especial, a multicampeã do Carnaval do Recife, Gigante do Samba, de Água Fria, veio para a avenida com um enredo exaltando sua própria história e levantou o público trazendo o tema “É sublime recordar, 80 anos vamos festejar”. A aposentada Janete Bezerra destacou que "As escolas estão de parabéns! Todas vieram lindas. Porém estou torcendo pela Gigante, porque minha filha desfila nela". Encerrando os desfiles com muito colorido e alegria, a atual campeã do Carnaval do Recife, a Escola Galeria do Ritmo, do Morro da Conceição, em seu enredo homenageou o artista pernambucano, Ulisses Dornelas, o Palhaço Chocolate.
CONCURSO - Além da competição entre escolas de samba, ao longo do período de momo, a passarela da Rua João Lyra também é o palco oficial da disputa que irá eleger as melhores agremiações do carnaval 2023. Promovido pela Prefeitura do Recife, o concurso é aberto ao público e, além de valorizar e fortalecer as agremiações carnavalescas, dá oportunidade para recifenses e turistas conhecerem e admirarem a beleza e a pluralidade das manifestações culturais que existem no Carnaval pernambucano.
Neste ano, por lá desfilarão mais de duzentas agremiações. Elas foram divididas em grupos e categorias compostas por troças; clubes de frevo; caboclinhos; la ursas; bois; maracatus de baque solto e de baque virado; blocos líricos de pau e corda e tribos de índio. Os desfiles seguirão animando o público até a terça-feira gorda (21). As agremiações campeãs serão conhecidas já na próxima quinta-feira (23), quando ocorrerá a divulgação das notas e a apuração dos resultados, no Pátio de São Pedro, das 10h às 15h. Neste Carnaval, a Prefeitura do Recife distribuirá mais de R$ 1,3 milhão entre as agremiações.
CARNAVAL DO RECIFE - O Carnaval do Recife é um grande evento multicultural e com presença marcante de manifestações populares. São 44 polos, entre centralizados, descentralizados e comunitários, em uma programação que se estende por toda a cidade, reunindo atrações locais e nacionais, que celebram a volta do ciclo carnavalesco. Para a sua realização, a Prefeitura do Recife mobilizou parcerias com a iniciativa privada e mais de R$ 8 milhões foram captados de empresas, viabilizados por meio de quatro editais para captação de cotas de patrocínios. Os parceiros são AMBEV, Sports Entretenimento e Produção de Eventos, TIM e CVC.