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| 21.03.12 - 09h54

Recife registra a menor taxa de mortalidade materna em toda sua história

Segundo balanço da rede municipal de Saúde, houve uma redução de 50% nos casos de morte em decorrência de gravidez

Por Tádzio Estevam

A redução da mortalidade por complicações durante a gravidez, parto e puerpério (pós-parto) no Recife atingiu uma marca histórica em 2011. Pela primeira vez em toda a trajetória da saúde no Município, a taxa de mortalidade chega no mesmo nível recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, a 35 mortes para 100 mil partos. O dado foi levantado pela Secretaria de Saúde do Recife nas unidades municipais e representa uma queda de 50% em relação a 2008 quando existiam 78,87 casos para cada 100 mil partos. Com isso, a Prefeitura do Recife antecipa o compromisso de atingir a meta da OMS que é de 35 casos por 100 mil até 2015.

O sucesso dessa redução se deu aos avanços do modelo de gestão da saúde municipal, intitulado Recife em Defesa da Vida, e aplicado desde 2009 na Cidade. As ações do SUS Recife desenvolvidas na Atenção Básica como o aumento da cobertura do Programa Saúde da Família, que em 2011 atingiu a marca de 60%, beneficiando quase um milhão de pessoas, foi um alavancador para a marca histórica. Isso sem contar na ampliação ao acesso ao pré-natal que atualmente atinge a 99,2% das quase 24 mil gestantes do Município.

Outro fator que também contribuiu muito para as estatísticas positivas foi a queda expressiva do número de adolescentes grávidas. Em 2008 o percentual chegava a 15%. Atualmente este número baixou para 11%. “O nosso modelo de atenção vem se desenvolvendo ao longo desses anos com o objetivo de oferecer uma saúde de qualidade à população para que índices como estes sejam cada vez menores, a exemplo da filariose, que já foi praticamente extinta na cidade”, festejou o assessor executivo da Secretaria de Saúde do Recife, Tiago Feitosa.

A melhora da qualidade do pré-natal com articulação em rede proporcionou à Atenção Básica uma comunicação mais eficiente com as maternidades. Esse é um dos princípios da rede perinatal que, entre outras ações, favorece a vinculação da gestante com sua maternidade de referência. Outra ampliação com impacto na redução da mortalidade materna tem relação com o incremento de 33,8% das consultas especializadas e 10,5% de procedimentos com finalidade diagnóstica, além da contratação de 1.357 profissionais para a rede municipal de saúde nesses três últimos anos.