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Educação | 21.10.15 - 16h43

Salas bilíngues do Recife estimulam inclusão e aceitação das diferenças

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Tema foi discutido por técnicos e acadêmicos durante o I Fórum Municipal Bilíngue, realizado pela Prefeitura na EFAER Paulo Freire (Foto: Luciano Ferreira/ PCR)

 

"Você é especial, não existe outro igual. Deus criou você assim, diferente de mim". Interpretando na linguagem de Libras a canção da cantora gospel Aline Barros e o sucesso "É Preciso Saber Viver", de Roberto Carlos, o coral da Escola Municipal Cristiano Cordeiro abriu o I Fórum Municipal Bilíngue, realizado nesta quarta-feira (21) pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Educação. O evento aconteceu durante todo o dia, na Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Educadores do Recife (EFAER) Professor Paulo Freire, na Madalena.

Cerca de 500 pessoas se inscreveram para participar do Fórum, que teve o tema "A Influência do Bilinguismo no Desenvolvimento Cognitivo dos Estudantes com Surdez", reunindo técnicos e especialistas para discutir o trabalho feito nas salas bilíngues do município. O secretário-executivo de Gestão Pedagógica, Rogério Morais, destacou a importância da troca de experiências com instituições e universidades. "Hoje temos sete escolas com salas bilíngues. São experiências determinantes, que podem fazer com que a prática se multiplique.Toda caminhada começa com um pequeno passo", afirmou.

Este ano, a Secretaria de Educação do Recife inaugurou salas bilíngues para os alunos surdos matriculados na rede municipal de ensino. Atualmente, 66 estudantes estão matriculados nas 16 turmas distribuídas em sete escolas que funcionam como polos. Para a gerente-geral de Formação Pedagógica, Élia Maçaira, a educação bilíngue representa um grande avanço. "Ao iniciar um percurso como esse, estamos desbravando novos caminhos e é natural que haja um aprendizado. Vamos trabalhar para aumentar cada vez mais a oferta da educação especial".

Inclusão - Nas salas bilíngues, os alunos aprendem Libras como primeiro idioma, ampliando o uso social da linguagem de sinais, e português como segunda língua, para contemplar o ensino na modalidade escrita em todas as áreas de conhecimento. "É uma política de inclusão e identificação com uma identidade que merece respeito. O aprendizado de Libras é a construção de uma identidade, e a igualdade está na aceitação da diferença. Ver a alegria dessas crianças nos dá o fôlego para acreditar que estamos no caminho certo", disse a chefe da Divisão de Educação Especial, Lauricéia Tomaz.

Após a mesa de abertura, O Fórum continuou com palestras dos professores Leila Mesquita (PCR/UPE), Darlene Seabra (Escola Técnica Estadual Soares Dutra), Antonio Cardoso e Cristiano Monteiro (UFPE), da assistente social Mariana Hora (TJPE) e do titular da Superintendência Estadual de Apoio da Pessoa com Deficiência (Sead), Bernardo Klimsa.