Alunos e professores participam da 10ª Caminhada pela Igualdade Racial
Para marcar o Dia da Consciência Negra, celebrado nessa quinta-feira (20), a Secretaria de Educação do Recife realizou a 10ª Caminhada pela Igualdade Racial, promovida pelo Grupo de Trabalho em Educação das Relações Étnico-Raciais (GTERÊ) em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. A concentração da passeata foi no Parque Treze de Maio, em Santo Amaro, de onde os professores e alunos seguiram até a Basílica de Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio.
A caminhada contou com a participação de 18 escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife que fazem parte do Mais Educação, programa do Governo Federal realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, que garante atividades como reforço no contraturno escolar dos estudantes. Na passeata, foram apresentadas algumas reivindicações à sociedade, como a criação da Casa da Capoeira e a construção de um política pública permanente de valorização e fortalecimento da capoeira e de outras expressões culturais. Os estudantes da Escola Municipal Hugo Gerdau, localizada no Curado, também realizaram uma apresentação de afoxé na frente da estátua de Zumbi.
Durante a semana, as escolas passaram por oficinas e debates, onde realizaram trabalhos com a temática "Tire o seu racismo do caminho que eu quero passar com minha cor". Esses trabalhos foram apresentados ao longo da caminhada, acompanhados de apresentações de dança e capoeira. Segundo a professora Maria do Carmo Sampaio, o Dia da Consciência Negra não poderia passar em branco na capital pernambucana. "Os estudantes precisam se envolver nesses movimentos e aprofundar-se no assunto, para valorizarem a grande diversidade cultural existente no Brasil. Também precisamos trabalhar nessa quebra de preconceitos e acreditamos que esses eventos fazem com que a sociedade mude de postura. A escola é primordial nesse papel", avaliou a docente.
A primeira caminhada da Educação pelo Dia da Consciência Negra foi organizada em 1988 pelo Movimento Negro do Recife, uma ação do Ministério da Cultura em homenagem ao centenário de Zumbi. Diversos municípios do Estado participaram, vivenciando debates sobre o tema dentro das escolas da Rede Municipal de Ensino. Em 2006, a professora Auxiliadora Martins, que coordenava o GTERÊ, retomou a ideia nas escolas municipais, que já desenvolviam atividades como capoeira, percussão e danças afros como hip-hop e dança de rua. "Alguns dos que viveram essas experiências nos primeiros anos do movimento estão dando continuidade às atividades atualmente. Reunimos alunos das escolas do Recife neste 20 de novembro, que já faz parte do calendário oficial do Sistema Educacional Brasileiro’’, disse a coordenadora do GTERÊ, Maria de Fátima Oliveira Batista.