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| 22.02.12 - 04h43

Otto sacode Casa Amarela numa performance vigorosa

[caption id="attachment_13159" align="alignleft" width="334" caption="Carlos Augusto"][/caption]

Mesmo vindo de uma maratona de seis shows em cinco dias, o cantor Otto fez uma apresentação vigorosa nessa terça-feira (21), no Polo de Casa Amarela, fazendo jus à fama de principal performer da atual cena musical pernambucana. Fazendo uma colagem de maracatu, ciranda, brega, drum'n'bass, rock, numa verdadeira salada musical – em plena harmonia com a lógica democrática do Carnaval Multicultural do Recife – o cantor natural de Belo Jardim fez o público dançar com um repertório que foi desde o primeiro álbum, Samba pra Burro, ao último, Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos.

Dando uma pausa nos preparativos para a apresentação, Otto falou sobre a intimidade que tem com a Zona Norte do Recife, que o faz se sentir à vontade. “Hoje eu não queria estar em outro lugar. Morei na Zona Norte, na Várzea. Ontem toquei no Alto José do Pinho, a energia dessa área da cidade é especial para mim” afirmou. Sobre o carnaval, Otto foi enfático. “A maior virtude do nosso carnaval exala das pessoas, é o sentimento que o pernambucano tem com essa festa. Para mim este ano foi especial. Realizei um sonho que foi tocar com um dos meus maiores ídolos que é Alceu Valença. Tocar na abertura ao lado dele para tanta gente foi inesquecível”, disse se arrumando para subir ao palco.

Mal começou o show, o agente penitenciário, Diógenes Bernardo Costa de Lima, residente no bairro, puxou sua esposa para dançar ao swing da música Crua, do disco Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, álbum bastante elogiado pela crítica. “Otto sempre faz seu show como se fosse o último, é muito bom o show dele. Ele não é daqueles que ficam doidos para acabar o tempo de palco para irem embora”, afirmou sem perder o passo.

No momento mais inusitado da apresentação, Otto desceu ao pátio da feira de Casa Amarela com um microfone sem fio para cantar ao lado de casais que dançavam, surpreendendo a todos. Logo em seguida, mostrando conectividade com o público, foi condutor de uma ciranda que sintetizou bem a uniformidade de sua apresentação.