Último dia do Rec-beat repete sucesso de público
O Polo Mangue – o Rec-Beat – representa um evento dentro do grande evento que é o Carnaval Multicultural do Recife. Nesta terça-feira, última noite de apresentações no palco armado ao lado do Paço Alfândega, Bairro do Recife, os shows atraíram uma multidão formada, em sua maioria, por jovens antenados com o que há de mais contemporâneo no cenário musical.
O pernambucano Lucas abriu a programação com a sua Orquestra dos Prazeres. A percussão inovadora do músico dá uma nova roupagem ao coco e ao maracatu. Em seguida, a paulista Cibelle, cantora, compositora e multi-instrumentista mostrou o que vem a ser o seu ”tropical punk”. Com uma apresentação performática, cheia de sensualidade e humor, Cibelle, que rejeita rótulos para a sua música, arriscou até marchinhas de carnaval, sem dispensar o toque ácido de suas composições como em “A Marcha da Pamonha”. “Ela é demais, é a nossa Lady Gaga”, disse a estudante Larissa Barros, que conheceu o trabalho de Cibelle ano passado, através das redes sociais.“Nunca pensei que ela viesse cantar aqui, é muito bom isso”, disse a estudante. Falando aos repórteres que cobriam o Polo Mangue, Cibelle disse que era “muito gostoso tocar no Recife, a cidade fez de mim uma foliã, está botando prá quebrar”.
No momento “World Music” da noite, a cubana Yusa, que mescla a típica rumba caribenha com o jazz, rock e pop fez um show intimista e afirmou: “gosto muito de tocar no Recife, lembra minha casa, meus amigos”.A cubana já fez apresentações junto com o pernambucano Lenine e, cantando em inglês espanhol, realizou no palco do Rec-beat o objetivo a que se propôs: “quero fazer uma festa bonita”, disse Yusa. “Ela tem uma voz linda, não conhecia, é um privilégio vê-la aqui”, disse Felipe Wanderley, turista do Piauí que veio passar o carnaval no Recife. “Carnaval mesmo só tem no Rio de Janeiro, Recife e Salvador, mas aqui no Recife é diferente de tudo, é mais variado”, completou Felipe.
Outra atração do Polo Mangue veio diretamente do Pará e botou todo mundo para dançar ao ritmo do carimbó chamegado. Dona Onete, uma ex-professora de história de 72 anos de idade, é a revelação da música que vem do norte do Brasil. Fiel às tradições da musica da sua terra, Dona Onete abriu o show com um agradecimento: “Boa noite para a capital que sabe fazer cultura. Parabéns e obrigado Recife!” Com músicas de seu até agora único disco “Feitiço Caboclo” Dona Onete deu um show de vitalidade ao lado dos músicos convidados Luê Soares, Lia Sophia e Felipe Cordeiro.