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Cultura | 22.03.12 - 10h38

Estudantes da rede municipal fazem passeio cultural no Instituto Ricardo Brennand

[caption id="attachment_15197" align="alignleft" width="334" caption="Alunos visitaram  o local pela primeira vez. Foto: Inaldo Lins"][/caption]

 

 

Acervo tem obras dos séculos XV a XXI, vindas da Europa, Ásia, América e África

Por Marcos da Silva

O fim de tarde desta quarta-feira (21) foi de muita cultura e lazer para os 43 estudantes da Escola Municipal Vila Sésamo, localizada na UR-5, Ibura, que visitaram pela primeira vez o Instituto Ricardo Brennand, na Várzea. No passeio socioeducativo os educandos puderam conhecer o Castelo São João e aprender que a propriedade recebeu este nome em homenagem ao antigo engenho de açúcar, chamado São João, que existiu no local.

O Castelo, do proprietário e fundador Ricardo Brennand, foi inaugurado em 1997 para abrigar a coleção de mais de três mil armas brancas inglesas, muitas delas do século IXX, confeccionadas por Joseph Rodgers. Os alunos do 6º e 7º anos, da Vila Sésamo, têm faixa etária entre 12 e 13 anos e na companhia de um guia, conheceram os cintos de castidade, colocados nas esposas por soldados antes de partir para as guerras; o livro falso que abrigava uma arma de fogo; as espadas de ouro e diamante que pertenceram ao último rei do Egito, Faruk; os canhões do século IXX; o quiurte, uma espécie de saia, usada pelos escoceses em cerimônias especiais; e os dirques, armas de caça da Escócia.

Ainda no Castelo São João, os 43 estudantes se familiarizaram com as inúmeras chaves de bronze e ouro, símbolos de prestígio dos Chamberlain, ofertado pelo rei aos seus homens de confiança; os elmos, capacetes indianos com inscrições do Alcorão; e as armas francesas para duelos.

Depois, na pinacoteca, criada em 2002, por Ricardo Brennand, os adolescentes conheceram as tapeçarias do século XVII - que retratam os trabalhadores negros da cana-de-açúcar, conhecida por ouro branco, no Nordeste do Brasil – baseadas nos desenhos de Alfred Eckout e elaboradas por Alex François Desportes; as 18 telas do holandez Franz Post; os quadros em homenagem aos municípios da Região Metropolitana do Recife; a Sala do Conde João Maurício de Nassau, que traz plantas do Recife do século XVII; do Forte das Cinco Pontas e do Marco Zero da Cidade.

A visita terminou na Sala das Figuras de Cera, onde está representado O Julgamento de Nicolas Fouquet, superintendente das Finanças do Reino, de 1648 a 1661, na França de Luís XIV, chamado de Rei Sol. É dele a frase “O Estado sou Eu”. Fouquet restabeleceu as finanças do império francês, mas caiu em desgraça ao construir o suntuoso castelo de Vaux-le-Vicomte e inaugurá-lo com pompa. O superintendente foi acusado de se apropriar dos bens reais sendo condenado à prisão perpétua.

Os alunos e alunas adoraram a visita. “É muito bom. Aprendemos mais sobre a História em passeios como este”, disse Paloma Soares, de 12 anos, do 7º ano. Já Josias Ricardo, 13, da mesma classe, lembrou dos demais. “Depois fazemos relatórios e apresentamos aos colegas”, completou o adolescente.

A professora de História, Geórgia Lima, de 30 anos, cinco deles na profissão, assegura que excursões como a desta quarta são “oportunidades de fazer uma aula diferenciada, aproximando o aluno dos elementos trabalhados nos livros, estimulando o aprendizado da História através do pragmatismo”.