NOTÍCIAS

Cultura | 22.12.11 - 19h33

Escola Ambiental realiza a última aula-passeio do ano

No retorno do percurso teve bolo e guaraná para comemorar os oito anos do projeto

Por Marcos da Silva

Em sua última viagem do ano, transportando alunos da Rede Municipal de Ensino do Recife, o Barco-Escola Ambiental Águas do Capibaribe, levou 30 crianças da Escola Chico Mendes, de Areias, para um passeio pela zona estuarina da Cidade. A incursão teve um tom de festa em comemoração aos oito anos de existência do programa e à chegada do período natalino.

O geógrafo José Hildo, de 55 anos, 23 de profissão, no projeto desde o início, deu uma descontraída aula para os atentos estudantes. Mostrou o Parque das Esculturas, de autoria de Francisco Brennand. Falou da importância dos arrecifes; dos cinco rios que formam a Bacia do Pina e desembocam no oceano – Pina, Jordão, Jiquiá, Tejipió e Capibaribe; da mistura de água doce com salgada, resultando na salobra, de grande valor para a reprodução das espécies do mangue, onde há temperatura amena e comida farta; dos tipos de embarcações que circulam na região – barcos de pesca, lanchas, iates, navios; e dos cuidados que todos devem ter com o lixo para não poluir a natureza.

“Quando eu tenho cuidado com a natureza, tenho cuidado com a minha vida”, ressaltou Hildo. A caminho dos manguezais, o catamarã passou por debaixo das pontes Agamenom Magalhães, também conhecida por Ponte Velha do Pina, e Paulo Guerra, a Ponte Nova do Pina. “Sem o manguezal, a vida nas águas desaparece”, frisou José Hildo.

O ponto de retorno foi no manguezal próximo à comunidade Ilha de Deus, no Pina, onde a Prefeitura do Recife está substituindo as tradicionais palafitas por um colorido casario. “Estamos diante de um dos maiores manguezais do País. Espaço de aves migratórias como as garças canadenses”, destacou outro geógrafo da equipe, Alfio Mascaro, de 50 anos, 20 deles em sala de aula. “A quantidade de aves na região aumentou significativamente nesses últimos oito anos. É comum avistarmos garças grandes e pequenas, socós, martins pescadores, marrecos, carcarás. Ainda não sabemos o que tem ocasionado este crescimento, mas é um ponto positivo”, completa a bióloga Mônica Alves Coelho, de 45 anos, 23 de profissão.

Para a educadora da Escola Chico Mendes, Oara Maria, 43, 22 anos na orientação de alunos, o momento serve para “a apreciação da cultura local, conhecimento de forma dinâmica e valorização do turismo da região de forma significativa, além do prazer de um passeio junto com a família. Trouxemos cinco mães conosco”.

Empolgada com o passeio, a babá Luciene Marques, de 29 anos, considera super importante a ação. “Acho bom que eles aprendam a preservar e conviver com o meio ambiente”. A aluna do 3º ano, Evellyn Cristina, de 9 anos, disse: “Adorei o mar e a vista. Fiquei triste porque as pessoas ainda jogam lixo nos rios que termina indo parar no mar”. Outro aluno da mesma turma, Miquéias da Silva, 9, acrescentou: “Achei muito bonitas as construções que substituíram as palafitas”.

História – Em oito anos de existência, o Barco Escola Ambiental Águas do Capibaribe transportou cerca de 90 mil pessoas, aproximadamente 10 mil alunos da Rede Municipal de Ensino ao ano. Além da incursão aos manguezais, há outro percurso que trafega em torno dos prédios históricos e principais pontes da Cidade. Em 2008, o projeto da Prefeitura do Recife ganhou o Prêmio Vasconcelos Sobrinho, no quesito Melhores Práticas de Ações Ambientais. A tarde animada acabou com bolo e guaraná. O lixo, claro, foi depositado na lixeira.