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Cultura | 23.03.17 - 13h13

Orquestra Sinfônica do Recife dá início à temporada 2017

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Primeiro concerto gratuito do ano, oferecido pela Prefeitura do Recife, foi realizado ontem à noite, no Teatro Santa Isabel, com Villa-Lobos no programa e plateia lotada (Foto: Lú Streithorst/PCR)

 

Um entusiasmado e heterogêneo público lotou o Teatro de Santa Isabel, ontem à noite, para conferir o primeiro concerto do ano da Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga do Brasil em atividade ininterrupta. Em família ou entre amigos, com muita e com pouca idade, as pessoas chegaram cedo para garantir seu ingresso e fechar o dia com um espetáculo gratuito de música erudita, oferecido pela Prefeitura do Recife.

No programa da noite inaugural da temporada 2017, o maestro Marlos Nobre, regente da Orquestra Sinfônica, fez uma homenagem ao compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, por ocasião dos 130 anos de seu nascimento, executando a peça Choros 6. “A música de Villa-Lobos é cálida, extrovertida. Às vezes, dramática. Mas sempre carregada de muita emoção”, disse o maestro, celebrando a fidelidade dos presentes ao projeto e à música erudita. “A música sublima tudo.”

O programa contemplou ainda as peças Variações sobre um tema de Haydn, do compositor alemão Johannes Brahms, e Sinfonia nº 4 em ré menor, Op. 120, do também alemão Robert Schumann.

Ladeada por amigas de um clube da boa idade que ocupavam uma das frisas do teatro, a aposentada Elga Carvalho, 82 anos, acompanhava cada movimento da orquestra com entusiasmo. “Venho quase todo mês para esses concertos gratuitos. Faço questão. Música boa hoje em dia não é regra, é exceção”, comentou dona Elga, que admitiu não saber o que mais a atrai nos concertos: o repertório ou o cenário. “O Santa Isabel é belíssimo. Um patrimônio nosso. Frequento esse teatro há 50 anos. E nem sempre na plateia! Já estive no palco, quando integrava um coral. É uma felicidade frequentar esta casa.”

Para formar novas plateias para o teatro e para a música erudita, o professor de música Virgílio Bonfim fez questão de levar a filha de sete anos ao concerto. “Música de qualidade ao vivo é algo que todos precisam aprender a apreciar.”

A dançarina de frevo Alexandra Santana, 36 anos, não restringe seu esforço de mobilização à família. “Desde que tomei conhecimento desses concertos, comecei uma verdadeira campanha para trazer todo mundo que conheço. A gente precisa valorizar esse tipo de iniciativa”, sentenciou.

Oportunidades não faltarão. A temporada da Orquestra Sinfônica do Recife segue até o fim do ano, com concertos gratuitos mensais.