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| 23.04.12 - 17h44

Dia Nacional de combate à Hipertensão será celebrado no Recife

Ação ocorrerá nesta quinta-feira (26), na Academia da Cidade de Boa Viagem

Por Larissa Correia

A Prefeitura do Recife promoverá uma grande mobilização nesta quinta-feira (26), quando se celebra o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial. O evento será realizado em parceria com a Sociedade Pernambucana de Cardiologia e o Governo de Pernambucano e ocorrerá das 6h30 às 8h30, no polo da Academia da Cidade de Boa Viagem, na altura do Segundo Jardim da avenida à beira-mar.

A iniciativa pretende chamar a atenção da população para um problema de saúde pública, que, estima-se, atinja mais de 30 milhões de brasileiros – dos quais, apenas 10% fariam controle adequado da enfermidade. A programação inclui alongamento, aulão de ginástica, aferição de pressão arterial, medição de glicose no sangue, avaliação de peso corporal, orientações sobre prevenção e distribuição de material educativo, entre outras abordagens. As atividades serão acompanhadas por profissionais de saúde e terão suporte de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Recife (Samu 192).

“No Brasil, a hipertensão arterial tem proporções epidêmicas, uma vez que vemos um número cada vez maior de indivíduos acometidos por esta patologia extremamente democrática. Ela não faz distinção de sexo, raça e credo, sendo, na grande maioria das vezes, assintomática, daí sua denominação de ‘assassina silenciosa’ por alguns autores da literatura médica”, comenta Sílvio Paffer, diretor médico do Centro de Saúde Senador José Ermírio de Moraes, localizado em Casa Forte e referência da rede municipal em cardiologia.

Para o especialista, está havendo uma situação contraditória no que se refere à moléstia no País. “A população está envelhecendo e a hipertensão é mais freqüente nessa faixa etária. Porém, paradoxalmente, vemos indivíduos cada vez mais jovens apresentando o problema, incluindo crianças. E quanto maior o tempo de exposição à doença, maior a chance de complicações em órgãos como coração, rins e cérebro”, ressalta Paffer.

O diretor médico assinala outra questão séria em relação à patologia. “Ela é crônica e requer tratamento para o resto da vida, mas é bastante comum pacientes abandonarem a terapêutica por achar que estão curados, já que não estão ‘sentindo’ nada. Porém esquecem que não sentiam nada desde a época em que foi feito o diagnóstico”, diz. O cardiologista destaca os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão: idade avançada, afrodescendência, sobrepeso e obesidade, diabetes, consumo excessivo de sal e álcool, sedentarismo e genética – parentes de primeiro grau hipertensos. Alimentação balanceada, controle de peso, prática de atividades físicas e acompanhamento médico estão entre as mais eficazes para controlar a doença.

Mobilização - O evento desta quinta-feira (26) na Avenida Boa Viagem faz parte da campanha nacional Eu sou 12 por 8 – em referência ao nível considerado ideal para a pressão arterial –, que pretende conscientizar o público sobre riscos da hipertensão e os benefícios de manter a pressão arterial em níveis adequados. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Segundo a entidade, a pressão arterial não-controlada é a principal causa das duas doenças que mais matam no País: o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto do miocárdio. Ela aponta que, a cada ano, 300 mil brasileiros são vitimados por doenças cardiovasculares, causadas principalmente pela hipertensão. O número é duas vezes maior que o total de mortes causadas por todos os tipos de câncer; três vezes superior aos óbitos provocados por acidentes; e quatro vezes maior que o total de mortes causadas por infecções, incluindo aids.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca ainda que hipertensos que não fazem controle adequado podem ter uma redução de até 16 anos e meio na expectativa de vida.