Concertos para Juventude lotam Teatro de Santa Isabel
Para uma plateia numerosa, curiosa e muito entusiasmada, formada por centenas de crianças de três escolas da Região Metropolitana, a Orquestra Sinfônica do Recife apresentou, hoje pela manhã, mais uma edição dos Concertos para a Juventude, iniciativa da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura.
O projeto, que tem como objetivo formar jovens plateias para a música erudita, foi idealizado pelo maestro Marlos Nobre e oferece a crianças e estudantes de música uma prévia comentada dos programas que serão executados pela orquestra em seus concertos mensais.
Nesta edição do projeto, foram contemplados os autores Felix Mendelssohn, José Maurício Nunes Garcia e Wolfgang Amadeus Mozart, talento precoce, que começou a se apresentar quando era mais novo que muitos dos estudantes sentados na plateia.
Antes dos primeiros acordes, o maestro falou um pouco sobre o surgimento das orquestras no mundo e do papel de cada instrumento para a execução das melodias. Entre muitas risadas e palmas, cada músico deu uma mostra, em poucas notas, da sonoridade de seu instrumento.
"Em um mundo de tantos eletrônicos, acho que é disso que as crianças de hoje precisam: de cultura genuína e de história. Quanto mais, melhor", disse Elenita Ramos, professora de teatro e artes do Centro Educacional Conviver, escola localizada no Cabo de Santo Agostinho, que levou 137 alunos, com idades entre 9 e 16 anos, para a plateia do Teatro de Santa Isabel na manhã de hoje. “Gostei demais da experiência. Essa música transmite emoção e calma ao mesmo tempo”, descreveu Nathiely Kamila, 14 anos.
Samantha Costa, professora de geografia do Colégio Rita Barbosa, que fica no bairro de Porto da Madeira, no Recife, organizou, com docentes de outras disciplinas, uma verdadeira força tarefa pedagógica para levar 56 alunos para ver a aula-concerto num dos mais importantes teatros do Brasil. "Usamos o passeio para ensinar música, história e geografia. Falamos do Recife, do teatro e ainda mostramos como a música pode ser um caminho para a vida profissional desses jovens, sem falar na importância da experiência pra formação cultural deles", disse.
Marcela Mayrla, de 11 anos, adorou a aula de cultura, que vai demorar para esquecer. "Nunca tinha visto um concerto, nem entrado num teatro desses. Achei bonito", disse.
Professora de história do Colégio Municipal Humberto Barradas, do município de Jaboatão dos Guararapes, Ana Paula de Mendonça dos Santos contou que não foi a primeira, “nem será a última vez”, que leva um grupo de estudantes ao Santa Isabel. “Chega a ser emocionante essa experiência de possibilitar o primeiro contato de muitos com a música erudita e com um teatro tão bonito.”
O arte-educador Neemias Dinarte, que idealizou o passeio, ressaltou a importância da experiência para a construção de cidadania. “Esse concerto também é educação patrimonial, conta nossa história”, disse, na companhia de 35 atentos estudantes. Nenhum deles, no entanto, se entusiasmou mais que João Vinícius, 14 anos. “Já tinha ouvido falar que isso existia. Mas é muito mais bonito do que eu pensei. A música começa devagar, já já todos os músicos estão tocando juntos, bem alto. Me interessei muito. E vou voltar outras vezes, com ou sem a escola”, garantiu.
CONCERTO OFICIAL – Amanhã, às 20h, a Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga do país em atividade ininterrupta, volta a subir ao palco do Santa Isabel para realizar o terceiro concerto oficial de 2017. A apresentação é aberta ao público e gratuita. O repertório será o mesmo tocado para os estudantes. Para assistir, basta retirar o ingresso no teatro uma hora antes da apresentação.