PCR inicia consulta pública sobre os impactos causados pelo ensino remoto e pelo isolamento social durante a pandemia
A consulta pública é coordenada pela Secretaria Executiva para a Primeira Infância do Recife e o Núcleo de Neuropsicologia, Afetividade, Aprendizagem e Primeira Infância da UFRPE e pelo Laboratório de Educação e Inovação da UFPE.
Com o isolamento social a educação no Brasil vive um novo contexto de aprendizado: o ensino remoto para crianças. E no Recife não é diferente. Compreender como esse ensino vem acontecendo permitirá os ajustes necessários para que as experiências de aprendizagem vivenciadas pelas crianças, neste novo formato, possam ser significativas. É com esse objetivo que a Secretaria Executiva para a Primeira Infância do Recife, em parceria com as Universidades Federal e Federal Rural de Pernambuco (UFRPE e UFPE), lança nesta quarta-feira (24.06) a Consulta Pública sobre Educação Infantil a partir dos desafios impostos pela covid-19. Parceiro da Prefeitura do Recife em outras frentes de trabalho, a pesquisa será aplicada por meio do COLAB e será online, podendo ser acessada por mães, pais ou responsáveis que tenham filhos em idade escolar matriculados nas escolas das redes pública e privada da capital pernambucana. A consulta ficará disponível durante 30 dias a partir de amanhã.
A pesquisa terá dois recortes diferentes e a base de dados gerada a partir dela será usada na elaboração de políticas públicas voltadas para a Primeira Infância e para a Educação. O primeiro recorte irá traçar dados sobre a Educação Infantil e a Pandemia e é direcionado à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano). Para acessar basta usar o seguinte link: https://consultas.colab.re/infanciaetecnologia. O segundo recorte trata de uma pesquisa voltada para os Impactos do Isolamento Social no Desenvolvimento Infantil, abrangendo crianças entre zero e nove anos. Esta parte da pesquisa pode ser respondida por meio do link: https://consultas.colab.re/desenvolvimentoinfantil. As questões que compõem a consulta foram elaboradas pelo Núcleo de Neuropsicologia, Afetividade, Aprendizagem e Primeira Infância da UFRPE e pelo Laboratório de Educação e Inovação da UFPE.
O ensino remoto se apresenta como uma nova realidade para estudantes de todo o país. E é com o olhar voltado para a ausência da interação presencial, importante para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças, que as pesquisas visam se concentrar. Assim, a consulta pública tem por objetivo identificar os aspectos próprios das relações promovidas pelo uso de ferramentas digitais online para ensino pelas escolas particulares da cidade do Recife, bem como os reflexos causados pela necessidade do isolamento social. Além disso, o isolamento social pode trazer impactos para o desenvolvimento infantil. Dessa forma, as duas pesquisas serão usadas como ferramentas de avaliação permitindo a geração de dados capazes de identificar quais áreas desse desenvolvimento precisarão de maior atenção e cuidado.
“Os dois recortes da consulta pública auxiliarão gestores públicos e pesquisadores a direcionar melhorias para esse formato de aprendizagem, que não substitui em hipótese alguma a interação presencial, e precisa ser feito com muito cuidado e de forma adequada. A pesquisa nos dará dados concretos do que hoje sabemos de forma intuitiva. O conhecimento com base técnica é fundamental para a tomada de decisões relacionadas a qualquer política pública e com a educação não é diferente”, explica Rogério Morais, secretário executivo para a Primeira Infância do Recife.
“Esta consulta abre espaço tanto para que os adultos contribuam com as suas percepções sobre as crianças com quem têm convivido durante este período, como também oportuniza que crianças entre zero e nove anos possam se expressar sobre como estão vivenciando o isolamento. Contando com a participação de adultos e crianças, a consulta amplia o seu alcance e pode produzir dados extremamente ricos sobre os impactos do isolamento social no desenvolvimento infantil. Com isto, buscamos contribuir para que, seja no campo das investigações acadêmicas, seja no campo da gestão pública, possamos desenvolver estratégias para a promoção do desenvolvimento, sobretudo na primeira infância, no período pós-pandemia”, pontua Emmanuelle Chaves, professora-pesquisadora do Departamento de Educação da UFRPE e coordenadora do grupo de pesquisa NINAPI.