Secretaria-executiva dos Direitos dos Animais - SEDA

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Direitos dos Animais | 23.06.21 - 10h42

SEDA orienta cuidados aos pets com fogos de artifício durante festas juninas

Barulho gera forte estresse aos animais, podendo levar à morte em alguns casos. Acomodar em local seguro com água e comida, envolver em tecido ou colocar chumaços nos ouvidos são medidas que minimizam o som dos estampidos

 

As festas juninas fazem parte da tradição nordestina. É tempo de partilhar a gastronomia típica da região, reunir a família entorno da fogueira e celebrar a boa colheita com muito forró e arrasta-pé. Nesse período, é comum a população, sobretudo o público infantil, soltar fogos de artifício, promovendo um show de luzes à comemoração. Contudo, a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais do Recife (SEDA) alerta que essa prática pode ser nociva aos pets, podendo levar, em alguns casos, à morte dos bichinhos. Para esse período, a SEDA orienta os tutores como cuidar dos animais nos festejos de São João e São Pedro.

 

Diretor do Hospital Veterinário do Recife Robson José Gomes de Mello (HVR), o médico veterinário Elielson Ernesto explica que os animais de estimação são mais sensíveis ao som do que os seres humanos. Este fator é potencializado no período junino, devido a prática de soltar fogos de artifício. Ele destaca que a audição nos gatos, por exemplo, é muito superior à das pessoas, podendo chegar à frequência de 1.000.000Hz, em faixas ultrassônicas. Como comparação, os homens e mulheres tem capacidade de ouvir até a faixa de 20.000Hz, 50 vezes menos do que os felinos.

 

“Os animais, de maneira geral, têm a audição muito mais sensível do que a dos seres humanos. Quando eles escutam o barulho dos fogos de artifício, aquilo, para eles, é como se fosse uma agressão muito forte. Por isso, os bichos entram em estresse elevado e tomam atitudes inesperadas, como fugir, ficarem agressivos, entre outras situações”, detalha Elielson Ernesto.

 

Para minimizar o estresse provocado pelo barulho, o diretor do HVR orienta os tutores a acomodar os animais em ambientes confortáveis, que dê segurança aos bichos, com alimento e água. Outra possibilidade é envolver os pets em tecidos, como mantas ou lençóis, e trazer para próximo ao corpo, fazendo com que se sintam seguros. Em alguns casos, Elielson Ernesto também sugere colocar chumaços de algodão nos ouvidos dos bichinhos. Outra possibilidade é “acostumar” o animal com outros sons ambientes, a exemplo do som da televisão, uma música em volume mais alto ou mesmo de um ventilador. “Todas essas ações minimizam os impactos do barulho dos fogos”, informa o médico veterinário.

 

Para além do incômodo com o estresse ocasionado pelos fogos de artifício, o diretor do HVR alerta que muitos animais podem sofrer problemas de saúde, em alguns casos podendo ser fatais. Isso porque, segundo Elielson Ernesto, os pets que possuem algum problema cardíaco podem ir à óbito devido aos surtos com os estampidos.

 

VENDA PROIBIDA – Neste ano, a Prefeitura do Recife proibiu a venda de fogos de artifício e de fogueiras na cidade. Seguindo recomendação 29/2020 editada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em 2020 e em vigor, sugerindo que municípios de todo o estado de Pernambuco proíbam o acendimento de fogueiras, bem como a queima de fogos de artifício, a Secretaria de Política Urbana, Mobilidade e Licenciamento do Recife (Sepul) informa repetirá a decisão e não autoriza a comercialização desses produtos.