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Cultura | 23.07.17 - 10h46

Último dia da exposição de Renato Valle na Galeria Janete Costa

Com mais de 30 obras, entre desenhos, objetos e instalações, exposição Religiosidade e Política acaba hoje (23)

 

Acaba hoje a exposição Religiosidade e Política na obra de Renato Valle, em cartaz desde 1º de junho na Galeria Janete Costa, equipamento cultural da Prefeitura do Recife. Estão expostas mais de 30 obras, entre desenhos, objetos e instalações, do acervo do MAMAM e de coleções particulares, distribuídas pelo salão principal e mezanino da galeria. 

Ontem, no penúltimo dia de exposição, o artista realizou o que batizou de Finissage, com performance do cantor Alexandre Baros, intitulada Tradu(i)cão Simultânea, para marcar os últimos momentos da mostra. "Tudo correu muito bem. Só no livro de assinaturas, estão registradas quase três mil presenças. Tivemos um público bem diversificado. Muita gente voltando várias vezes, com família, amigos. Estou muito feliz com o resultado", celebrou o artista. 

A performance de ontem foi música para os ouvidos dos visitantes. Com o objetivo de gravar uma canção, o músico Alexandre Baros convidou várias pessoas que estiveram na galeria para tocar e cantar junto com ele. Levou equipamentos e um estúdio móvel para registrar tudo e vai lançar um clipe na internet em breve para mostrar o resultado. "Optamos por uma composição instantânea. Não preparei nada antes. Todo o processo da música aconteceu na galeria. Nome, melodia, tudo veio durante o processo. A galeria tem uma acústica fascinante", disse Alexandre, entre uma gravação e outra. 

O público gostou da movimentação. "Achei tudo muito bem moderado. A exposição tem temas muito interessantes. E eu ainda pude tocar um pouquinho de percussão", disse o aposentado José Raimundo, 86. "Estou jovem, um brotinho, com saúde pra dar, vender e gravar muita música ainda", animou-se.

A professora de arte Ana Beatriz também aproveitou para soltar a voz depois de conferir os trabalhos expostos. "Renato é maravilhoso. Já conhecia o trabalho dele. E essa interação com diversos públicos que a Galeria Janete Costa proporciona é muito importante, para formar público para a arte recifense", disse Ana, que levou filhas, sobrinhas e irmãs para conferir a exposição e engrossar o coro da canção de Alexandre.

"Não frequento galerias, mas achei muito interessante. Gostei demais. O artista tem razão: já conheci mesmo gente que gostava de Cola Cola como se fosse religião", disse a autônoma Maria Aglaie, 44 anos, natural de Fortaleza, referindo-se a uma das obras expostas, em que o artista preenche cruzes com várias latas de refrigerante.

Natural de Caruaru, a aposentada Wendy da Silva aproveitou que estava com a família passeando no Dona Lindu para visitar a exposição. "Gostei. É muito bom uma galeria dentro de um parque, porque tem programação para todos. Crianças e adultos se divertem."

Exposição - Com curadoria de Valquíria Farias, a exposição que encerra hoje discute a relação entre arte, religiosidade e política, tema que o artista plástico recifense vem aprofundando em sua produção desde 2002. 

O emblemático álbum de gravuras Cristos Anônimos, que ajudou Renato Valle a retomar e, de certa maneira, esgotar o tema da religiosidade, é um dos conjuntos de obras que norteia a exposição. Composta por nove impressões digitais do mais conhecido símbolo cristão, a série redesenha e reproduz a cruz, na visão inquietante do artista. Fazem ainda parte do acervo desenhos em grafite sobre lona, de grandes formatos, além de objetos e instalações de parede, produzidos durante residências artísticas.

A disposição espacial das obras na galeria não é pautada pela cronologia, mas pela relação e identidade que os trabalhos carregam entre si. A expografia e coordenação de montagem é assinada por Diogo Todë. A produção da mostra ficou a cargo de Carol Chaves Madureira.

 

Serviço:

Exposição Religiosidade e Política na Obra de Renato Valle

Local: Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu

Visitação: Só até hoje (23)

Horário: Das 14h às 20h

Entrada gratuita