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| 23.08.14 - 21h45

Festival Esportivo reforça inclusão das pessoas com deficiência

[caption id="attachment_48206" align="alignleft" width="680"] Evento aconteceu na praia de Boa Viagem, na manhã deste sábado (23), com o objetivo de estimular a prática de esportes por esse segmento da sociedade. (Foto: Inaldo Menezes/ PCR)[/caption]



“Praticar esportes abre uma porta para a vida. É fundamental para a pessoa com deficiência. Muitos acham que não conseguimos fazer nada, mas com a atividade física nós aprendemos que somos tão capazes quanto qualquer um”. O depoimento do cadeirante Lucas de Luz resume bem a importância de iniciativas como o Festival Esportivo da Pessoa com Deficiência, realizado pela Prefeitura do Recife na praia de Boa Viagem, para estimular a inclusão deste segmento da sociedade na prática de esportes.

O Festival reuniu cerca de 200 paratletas e aconteceu na manhã deste sábado (23), numa arena montada na altura da rua Bruno Veloso, onde acontecem também as atividades do projeto Praia sem Barreiras. Lucas faz basquete sobre rodas e conta que aprendeu muito após abandonar o sedentarismo. “Até comecei a dirigir e tirei carteira de habilitação. Sou casado, tenho dois filhos. Toda a família participa das atividades”, afirma. O Festival fez parte da programação da Semana da Pessoa com Deficiência, promovida pela Prefeitura.

O paratleta Carlos Henrique do Nascimento pratica basquete e atletismo profissionalmente e fez questão de prestigiar o Festival. “A saúde muda, a mente muda, os horizontes se abrem. Conhecemos muita gente e fazemos amizades. E vale também como fonte de renda. Enquanto eu tiver fôlego, não vou parar”, garante Carlos, que descobriu os benefícios da prática esportiva em 1996.

Modalidades - Realizado pela Secretaria de Esportes do Recife, o Festival teve modalidades como atletismo, badminton, tênis de mesa, bocha, vôlei, basquete, futebol de areia, chute ao gol e karatê, além de jogos de damas, xadrez, dominó, totó e sinuca. As atividades contemplaram as pessoas com deficiências auditiva, física, intelectual e visual, tanto no masculino quanto no feminino.

“Estamos muito felizes. O evento foi um sucesso e tem tudo para aumentar o interesse das pessoas com deficiência pelos esportes”, afirma a paratleta Suely Guimarães, que comanda o setor de Paradesporto da PCR. Ela conquistou as medalhas de ouro no arremesso de disco nas Paralímpiadas de Barcelona-1992 e Atenas-2004, além do bronze em Atlanta-1996.

Estímulo - Campeão mundial e bicampeão panamericano de atletismo, o paratleta Leonardo Amâncio, conhecido como “Gigante”, tem orgulho de representar Pernambuco e o Brasil em torneios realizados em todo o mundo. “Minha vida mudou graças ao esporte, inclusive financeiramente. Muita gente acha que a pessoa com deficiência não pode ter uma relação, mas hoje eu tenho dois filhos e a certeza de que nós somos capazes de tudo”, diz.

Maior medalhista paralímpico de PE, Luiz Silva trouxe um ouro, 5 pratas e 1 bronze das paralimpíadas de Sydney, Atenas e Pequim. “O esporte ajuda a pessoa com deficiência a sair de casa e ver que não é tão diferente assim dos outros. Eu era muito tímido e tinha vergonha de andar de bermuda, mas hoje não me preocupo mais com isso. Conheci o mundo, me formei em Educação Física e fiz grandes amigos”, conta.