Emoção marca show de Antônio Nóbrega no Festival de Dança
O multiartista falou da carreira e apresentou-se, acompanhado da família, para o Teatro Luiz Mendonça lotado
Sendo o homenageado da 16ª edição do Festival Internacional de Dança do Recife, Antônio Carlos Nóbrega subiu ao palco do Teatro Luiz Mendonça, na noite do sábado (23) para falar sobre sua trajetória e receber mais uma vez o aplauso caloroso do público pernambucano. Antes de iniciar seu espetáculo, Nóbrega recebeu os cumprimentos e uma placa comemorativa das mãos do secretário de Cultura, Renato L, e do coordenador do FIDR, Arnaldo Siqueira.
“Vocês me desculpem a falta de modéstia, mas ao longo da minha carreira eu já recebi alguns prêmios, algumas condecorações. Só que essa é a primeira vez que recebo uma homenagem e eu preciso reparti-la com uma plêiade de pessoas que estiveram ao meu lado, sem as quais eu não estaria vivendo esse momento. A primeira pessoa com quem divido, é in memorian, meu pai que nos deixou há pouco mais de dois meses”, afirmou Antônio Carlos, sem esconder a emoção. “Ele foi responsável pelo começo de tudo isso. Eu batucava na mesa, na hora das refeições, ele achou que eu tinha jeito pra música e me colocou pra estudar violino. Até hoje não entendo que relação ele fez da batucada com o violino, mas tudo bem, valeu”, continuou, causando riso da platéia. Ainda na lista da partilha, Nóbrega mencionou sua mãe, presente no evento, Ariano Suassuna, Leda Alves, Nascimento do Passo e Mestre Salustiano, além da esposa, Rosane Almeida, e dos filhos, Gabriel e Maria Eugênia.
No show, idealizado e produzido por ele mesmo, mostrou porque é considerado um multiartista. Acompanhado pelo bandolinista Marco César, o violonista Edmilson Capelupi e o percussionista Gabriel Almeida, Antônio Carlos tocou violino e bandolim e cantou músicas que fazem parte do seu repertório como “Cochichando” (Pixinguinha), “Carrossel do destino” (Antônio Nóbrega/ Bráulio Tavares) e “O romance de Riobaldo e Diadorim” (Wilson Freire/ Antônio Nóbrega).
Em outro momento, o artista arrancou o riso do público ao se apresentar com sua esposa, Rosane Almeida, um esquete teatral com personagens enraizados na cultura popular nordestina. E a dança, claro, esteve entre os números do show com as bailarinas Maria Eugênia e Marina Abib que se apresentaram com coreografias em duo e solo. Nóbrega apresentou um solo ao som da peça “Arioso” de Johann Sebastian Bach. Antes de despedir-se do público, chamou ao palco alguns jovens talentos da dança pernambucana, como Flaira Ferro, Otávio e Elder Vasconcelos. Juntos, encerraram a noite com uma grande brincadeira.
“Essa foi uma grande noite, onde pudemos nos deparar com todos os talentos desse grande artista que nos dá muito orgulho. E foi encerrada de maneira especial com uma amostra do potencial que Pernambuco tem na dança”, comentou o secretário de cultura, Renato L, que prestigiou o vento. “O que nos deixa ainda mais felizes ao fazer essa homenagem, é saber que isso tocou o artista. Todos nos emocionamos ao vê-lo falar da sua carreira e reafirmar todos os seus talentos com essa linda apresentação”, afirmou Arnaldo Siqueira, coordenador do Festival de Dança.
O Festival Internacional de Dança do Recife, segue até o dia 30 de outubro, oferecendo espetáculos a preços populares – R$ 5,00, workshops gratuitos e intervenções urbanas em diversos pontos da cidade. A programação completa está no blog www.dancarecife.blogspot.com.