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Cultura | 24.06.12 - 04h39

Público foi atração especial no São João do Pátio de São Pedro

Fogoió dos Oitos Baixos tocou para um público muito animado. Foto: Antônio Tenório

Por Otávio Dias

As atrações da noite junina do Pátio de São Pedro, ontem (23) e na madrugada deste domingo (24), não se resumiram aos artistas e às quadrilhas matutas. O público que compareceu, em massa, à programação oferecida pela Prefeitura do Recife foi um show à parte, com muitos idosos, jovens e crianças fantasiados de matutos e matutas, lampiões e marias bonitas. Não faltaram chapéus de palha e de vaqueiros, além de belas e originais tiaras e tranças. Mas foi nas pontas dos pés e nos aplausos incansáveis que os “forrozeiros” recifenses mostraram toda a satisfação com o que foi apresentado.

“Está tudo muito lindo mesmo. Eu não conhecia muito bem os artistas da programação, mas fiquei surpresa com a qualidade dos que se apresentaram aqui. Estou adorando e vou ficar até o fim”, contou a pedagoga Maria Anunciada Santos, de 33 anos, que veio com o marido do Bairro da Madalena para acompanhar a festança. Já os pequenos olhos das gêmeas Isabele e Iasmim, de quatro anos, não desgrudaram do palco durante a apresentação da quadrilha. A mãe-coruja, Ana Cristina da Silva, moradora do Bairro dos Coelhos, também aprovou a programação.

“Nossa intenção era ir para o Parque Dona Lindu, mas acabamos vindo pra cá. Está muito animado e acho que vou voltar amanhã”, contou, dizendo que gostou bastante de Fogoió dos oito baixos. Já o professor universitário Tadeu Barros e a esposa Fátima, ficaram admirados com o talento do cantor Marcone Melo. Ao final da apresentação ele fez questão de visitar o artista, no camarim. “Não sabia que você era irmão de Maciel Melo e que você era tão competente e talentoso”, disse.

Após agradecer os elogios, Marcone Melo falou um pouco de sua carreira, lembrando que está “na estrada” desde 1989, tendo lançado, em 2003, o CD Terra, Mar e Ar. “Meu trabalho é parecido com o do meu irmão, com muita coisa regional e autoral, mas também gosto de recitar poemas populares durante os shows, disse, lembrando que participa da programação junina da PCR desde 2010.

Já Fogoió dos oito baixos, 60 anos e 30 de carreira, ressaltou a alegria de cantar na Capital. Sem revelar o nome verdadeiro, ele explicou que o apelido Fogoió, na sua cidade natal, é como são chamadas as pessoas com cabelos “agalegados”, ou seja, “afoigoiados”, na liguagem popular. Para Chico Balla, a resposta do público foi o que mais o encantou. “Fizemos uma bela apresentação, mas também com essa gente boa daqui fica mais fácil”, argumentou.

Ex-guitarrista do grupo Trepidantes, Júnior Chumbago, de 48 anos, disse que criou o grupo atual há apenas dois. “Felizmente, vem tudo dando certo, e cantar no São João do Recife pelo segundo ano consecutivo é motivo de muita alegria para mim e toda família”, frisou. Família, aliás, que sempre o acompanha nas apresentações da banda, já que os irmãos Waldir e Sandro são músicos (teclado e baixo, respectivamente), o filho Diego guitarrista e a filha, Clara, uma das vocalistas, ao lado do pai.