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Cultura | 24.06.12 - 23h38

Selma do Coco e Ciranda Dengosa garantem diversão no Pátio de São Pedro

Selma do Coco cantou algumas músicas, soltou seus jargões e deu a famosa risada para os presentes. Foto: Inaldo Menezes

O Pátio de São Pedro serviu de cenário, na noite desse domingo (24), para mais uma demonstração da diversidade de opções que o São João do Recife oferece. Dando uma pequena pausa no forró, mas sem perder o foco do tradicional, o público abriu mão de dançar agarradinho para se deixar levar pelo ritmo do coco e da ciranda. As principais atrações da noite foram o grupo Ciranda Dengosa e a sempre espirituosa Selma do Coco, uma senhora de 82 anos que sabe como atrair o público.

Logo que a Ciranda Dengosa subiu ao palco, parte significativa do público deu as mãos para formar um enorme circulo dançante. Estava formada a ciranda. “As pessoas vão chegando, perdendo a timidez e se deixando levar. A ciranda é uma grande confraternização, na verdade”, destacou a aposentada Cirlene Silva de Sales, uma das mais entusiasmadas e menos tímidas da roda. Para a vocalista da Ciranda Dengosa, Cristina Andrade, de 65 anos, que há 45 assumiu o posto da mãe, fundadora do grupo, o ritmo pode participar do São João sem conflito algum. “Antigamente a ciranda era usada para encerrar eventos festivos de qualquer tipo. Então, não vejo problema da ciranda fazer parte da programação junina. O público fala por si só”, comentou a cirandeira.

É bem verdade que ela já não possui o mesmo gás, apesar da voz marcante ser a mesma. Com oito décadas de vida, Selma do Coco canta algumas músicas, solta seus jargões, dá a famosa risada, senta-se para tomar fôlego e o público se diverte com ela. Perguntada sobre o segredo para manter a vontade de subir aos palcos, Dona Selma é categórica. “É o que sei fazer, o que chega na mente eu solto”, disse a artista, que é patrimônio vivo de Pernambuco.

A levada contagiante do coco continuou noite a fora com o encontro entre os grupos, Palha de Coco, Coco dos Pretos, Coco Chinelo de Iaiá e Coco Besouro do Mangagá. A chuva que foi e voltou durante o evento não afugentou o público, nem atrapalhou a dança.