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Política Urbana | 24.08.22 - 11h34

Prefeitura do Recife irá recuperar monumentos que foram alvo de vandalismos e furtos

Em publicação nas redes sociais nesta manhã, prefeito João Campos anunciou brevidade na reposição dos monumentos e os orçamentos já foram solicitados aos artesãos. Gastos com manutenção ocasionada por vandalismo ultrapassam R$ 2 milhões anuais. Apenas o Parque de Esculturas de Brennand está recebendo investimentos da ordem de R$ 5,5 milhões

Símbolos da memória de um povo e retrato social da cidade, o parque de esculturas que homenageia nomes da história do Recife permeia praças e logradouros públicos da cidade não está a salvo de vandalismo e furtos. Recentemente, cinco obras emblemáticas da cidade foram alvo de ações criminosas, todas com peças feitas em bronze, e serão repostas com brevidade. Entre elas, o Busto de Frei Caneca, no Bairro de São José. O anúncio foi feito na manhã desta terça (24), pelo prefeito João Campos. 

“Eu tô aqui no local ao lado do Forte das Cinco Pontas onde ficava o busto de Frei Caneca, que foi furtado de maneira criminosa esse final de semana. Nós já fizemos o Boletim de Ocorrência e nós vamos refazer o busto porque jamais deixaremos esquecidos ou negligenciados os heróis que ajudaram a construir o nosso estado e a nossa pátria. É importante que a gente denuncie qualquer ato de vandalismo, qualquer ato criminoso”, frisou o prefeito. 

A população pode fazer denúncias de depredação do Patrimônio Público junto à Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) através do telefone 156. A Emlurb já entrou em contato com artesãos para elaborar orçamento para os bustos e esculturas furtados, que serão produzidos em concreto para a reposição. Os brasões deverão ser feitos em bronze e as letras em latão. 

“Frei Caneca, é importante que todas as gerações saibam, inclusive as novas gerações, foi um líder importantíssimo tanto na Revolução de 1817, a pernambucana, quanto na Confederação do Equador. E na luta pela pátria, pela independência, pela autonomia da Federação, dos Estados, ele tem um papel importantíssimo. Então a história dele jamais vai ser esquecida e é dever de todos nós lutar pela manutenção da memória dele”, enfatizou João Campos. 

Além do Busto de Frei Caneca, outros quatro pontos foram alvo de vandalismo e práticas criminosas. São eles a escultura O Mascate (Avenida Dantas Barreto), o brasão do Monumento a Sacadura Cabral (praça 17, Santo Antônio), o brasão da Ponte Maurício de Nassau, que liga os bairros do Recife a Santo Antônio, algumas peças da escultura Maracatu (nas imediações do Forte das Cinco Pontas), além de letras que compõem a obra central cravada no solo do Marco Zero, no coração do Bairro do Recife. À exceção das letras do Marco Zero, feitas em latão, as demais peças e obras são feitas em bronze. Para todas estas ações, a Emlurb já abriu Boletins de Ocorrência.

A gestão municipal lamenta e repudia o furto das peças, pois os atos de vandalismo causam prejuízos enormes para a administração municipal. Somente para recuperar monumentos, pontes e edificações públicas que sofreram ações de pichação e vandalismo, a Prefeitura do Recife chega a gastar mais de R$ 2 milhões por ano. Para se ter ideia da gravidade do comportamento destrutivo e irresponsável para toda a sociedade, esse montante seria o suficiente para construir duas Upinhas por ano. Ou ainda construir uma escola padrão, bem como duas creches. O valor seria ainda suficiente para a implantação de cerca de 1.700 novos pontos de iluminação em LED, ou ser utilizado na requalificação de cerca de 20 escadarias com inclusão de corrimão. Por isso, a gestão municipal conta com o apoio da população na manutenção do patrimônio público. 

Parque das Esculturas - Um dos mais simbólicos cartões postais da capital pernambucana, o Parque passa hoje por uma grande intervenção que devolverá ao Recife o museu a céu aberto assinado pelo artista plástico Francisco Brennand. As obras de restauro das peças foram iniciadas no final do ano de 2021 e são realizadas pelo também artista plástico e coautor do projeto do Parque das Esculturas, Jobson Figueiredo. Os investimentos da Prefeitura são da ordem de R$ 5,5 milhões. 

A intervenção nas 74 peças que compõem o acervo é feita em etapas devendo durar cerca de um ano até ser totalmente concluída. As obras de restauro e de reprodução de boa parte desse conjunto, que é feita de bronze fundido e cerâmica, já estão avançadas, com cerca de 90% do trabalho concluído. Atualmente a serpente, um dos últimos elementos a se juntar ao acervo, está sendo refeita. Além da serpente, a obra é composta por ovos, pelicanos, totens, guardiões e a Torre de Cristal, com mais de 32 metros de altura.

O Parque das Esculturas foi um presente para o Recife, sua população e turistas em comemoração aos 500 anos do Brasil, em 2000. O acervo conta com mais de cem peças que ajudam a contar, de maneira simbólica, parte da história pernambucana por meio de elementos artísticos criados por Francisco Brennand.