Peça “Por que a criança cozinha na polenta” surpreende público do Festival de Teatro
A Cia. Mungunzá de Teatro tem mais uma apresentação nesta quinta-feira (24), às 19h, no Teatro Apolo
O público recifense movimentou o Teatro Apolo, na noite desta quarta-feira (23), para apreciar mais um dos espetáculos que compõem a programação do Festival Recife do Teatro Nacional, realizado pela Prefeitura do Recife. Desta vez, quem surpreendeu o público foi a peça “Por que a criança cozinha na polenta”.
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A adaptação do romance da escritora Aglaja Veteranyi, com tradução de Fabiana Macchi, traz à cena a vida de uma família romena exilada de seu país, durante a ditadura de Nicolae Ceausescu. As discrepâncias entre o leste comunista e o ocidente, elementos sempre presentes na história, tem como personagem principal a caçula do clã circense comandada pelo pai ateu e pela mãe que se pendura no trapézio pelos cabelos.
“O livro de Aglaja caiu por encanto em minhas mãos através da Cia. Mungunzá de Teatro. Aqui o papel do ator é, acima de tudo, contar a história de forma não dramática, para que ele seja um afinado instrumento de provocação e comunicação com a plateia”, afirma Nelson Baskerville, diretor da montagem.
Entre uma apresentação e outra, são expostos os fatos da realidade de violência, incesto, abuso sexual e as notícias da tortura vivida pelos parentes que ficaram na Romênia. Para distrair a narradora de tanta tristeza, a irmã mais velha conta uma lenda da “criança que cozinha na polenta”, a qual assombra a garota em diversos momentos de sua vida.
O espetáculo tem ainda um elemento surpresa que é quando duas pessoas da plateia são convidadas a degustar o goulash, um prato típico da Romênia, preparado pelos atores em cena, ao longo da peça. O bancário Arlindo Ferreira aceitou o convite. “Eu fiquei curioso pra saber como era aquela comida, desde o início do espetáculo. Gostei da história e da experiência”, conta Arlindo. Já o analista tributário, Álvaro Santana, ficou apenas assistindo, mas considera o melhor espetáculo que viu até agora no Festival de Teatro. “Tenho acompanhado a programação e essa peça me surpreendeu, me tocou. É tudo muito bem arranjado”, comentou Santana
O FRTN continua até 16 de novembro. Confira a programação completa