Prefeitura do Recife presta assistência a mais de 30 famílias venezuelanas
Os mais de 100 imigrantes que fugiram da crise na Venezuela estão morando em 12 apartamentos e casas nos bairros de Santo Amaro, Boa Vista, Coelhos, Encruzilhada e Torreão. A ONG Cáritas Brasileira/CNBB (Regional Nordeste 2) é responsável pela estadia, alimentação, apoio jurídico, psicossocial e outras necessidades das famílias que chegaram ao Recife no dia 17 de dezembro através do Projeto Pana, que obteve financiamento do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
A Prefeitura do Recife contribui com encaminhamento para inclusão em programas sociais através da equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Campina do Barreto, garantia de acesso aos serviços de saúde, viabilização de matrícula escolar na rede de ensino municipal, inserção em cursos e no mercado de trabalho, entre outros. A gestão municipal participou de todo o processo de discussão e planejamento do atendimento aos imigrantes que chegaram à capital pernambucana em situação de vulnerabilidade social.
A Secretaria de Educação do Recife providenciou a matrícula de 29 estudantes de 6 a 16 anos nas escolas, creches e creches-escolas municipais localizadas na área central do Recife, na Encruzilhada e em Campo Grande. Dezesseis crianças foram matriculadas nas turmas de Educação Infantil, sendo cinco dessas em berçário; enquanto outras 13 crianças e adolescentes estudarão em turmas de Ensino Fundamental.
Já os profissionais da Prefeitura do Recife que trabalham no CAD Único fizeram 41 atendimentos a venezuelanos na última semana: 27 deles foram inscritos no Cadastro Único e outros 14 já tinham sido inscritos quando estavam em Roraima, por isso só atualizaram os dados para poder ter acesso aos programas sociais do Governo Federal, como por exemplo o Bolsa Família.
A PCR também está tentando inserir os imigrantes no mercado de trabalho. Profissionais da Agência de Emprego do Recife atenderam 59 venezuelanos e já encaminharam 16 para entrevistas de emprego, além de ter feito orientação profissional. Foram ministradas palestras sobre comportamento pessoal e profissional durante uma entrevista de emprego, além de dicas básicas sobre como produzir um bom currículo profissional.
A SDSJPDDH também se preocupou em dar toda assistência aos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e/ou transexuais venezuelanos. A equipe do Centro de Referência em Cidadania LGBT do Recife foi até a Casa de Direitos, na Universidade Católica, onde orientou e fez atendimento especializado a sete imigrantes LGBTs, que serão acompanhados pela equipe multidisciplinar do Centro LGBT.
Já a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) está atendendo os estrangeiros através das equipes do Programa Saúde na Família dos Distritos Sanitários 1 e 2, que estão fazendo visitas aos imigrantes e cadastrando-os no Sistema Único de Saúde (SUS), para que eles tenham o cartão do SUS e acessem mais facilmente a rede pública de saúde. Representantes das mais de 30 famílias estrangeiras receberam informações gerais da rede municipal e do Programa Academia da Cidade (PAC). As equipes de Vigilância Ambiental fizeram a desratização das casas e também avaliaram a qualidade da água nas residências.
Pelo local onde estão morando os mais de 100 venezuelanos, eles podem ser atendidos na Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, na Policlínica Gouveia de Barros, na Boa Vista, e na Unidade de Saúde da Família Ponto de Parada, no Arruda. No próximo mês, a Sesau fará uma ação de saúde voltada ao grupo de imigrantes, com serviços como vacinação, testes de glicemia, aferição de pressão arterial e outras ações de prevenção.
Para a gerente-geral do Sistema Único de Assistência Social do Recife, Ângela Oliveira, a atenção integral que está sendo dada aos imigrantes fortalece as ações de direitos humanos da Prefeitura do Recife. “Nós entendemos que os refugiados estão numa situação de extrema fragilidade e vulnerabilidade social por terem que deixar o país onde construíram a história deles pra virem pra outro com costumes totalmente diferentes. Por tudo isso, nossos vizinhos venezuelanos precisam de acolhimento e de serviços que assegurem seus direitos. A gestão municipal está prestando toda assistência necessária, respeitando a condição deles”, explicou a gestora, que também destacou a atuação da ONG Cáritas, da Universidade Católica e do Governo do Estado.