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Cultura | 25.04.12 - 11h05

Catadores de recicláveis se organizam através da Prefeitura do Recife

[caption id="attachment_17087" align="alignleft" width="334" caption="Luciana Patrícia Borges, que trabalha no centro de triagem da PCR, no Bairro de São José. Foto: José Alves"][/caption]

Além de viabilizar o recolhimento de resíduos recicláveis, evitando o desperdício e a poluição, a PCR proporciona a inserção social de catadores de lixo

Quando entrei nesse ramo, nove anos atrás, sofri bastante para aceitar o jeito que as pessoas me olhavam na rua. O preconceito ainda existe, mas não é como antes. Hoje eu tenho orgulho do meu trabalho, sei que estamos muito mais organizados e conscientes do nosso valor”, conta a catadora, Luciana Patrícia Borges, que trabalha no centro de triagem da Prefeitura do Recife, localizado no bairro de São José. Ela coordena uma cooperativa de 12 catadores de lixo que atuam no local e lutam diariamente por uma vida livre de marginalização.

O Recife conta hoje com seis núcleos de triagem, sendo três no bairro de São José, dois na Imbiribeira e um na Torre. Além dos galpões onde trabalham os recicladores, a Prefeitura do Recife, através da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), disponibiliza para cerca de 120 catadores, os equipamentos para o tratamento do material como balanças, prensas e esteiras. Também são feitas capacitações com os catadores e existe acompanhamento feito por agentes da Emlurb, semanalmente, nos núcleos.

Nossa influência termina com as capacitações. Em relação à comercialização e a partilha do lucro entre os catadores não interferimos em nada. A expectativa é que mais três núcleos de triagem sejam criados por meio do projeto Capibaribe Melhor. Os projetos estão prontos e um deles já se encontra em fase de licitação”, adianta o gerente de Coleta Seletiva da Emlurb, André Penna.

Num desses núcleos – localizado na Travessa do Gusmão, 178 – a cooperativa de 12 trabalhadores produz cerca de 35 toneladas de recicláveis por mês, sendo 10 de papelão. Além de coletarem o material em carroças, os catadores recebem doações de empresas. “O serviço é coletar, separar o material bom do rejeito, prensar o material bom e vender”, explicou Luciana Patrícia. Para a catadora, o profissional dessa área tem um mérito pouco reconhecido pela sociedade. “Esse trabalho nos ensina uma coisa que infelizmente anda em falta no mundo: como compartilhar as coisas. Fazemos isso a todo o momento, não só no trabalho, levamos isso para a vida toda”, conclui.

Serviço- Para agendar uma visita institucional ou obter informações sobre reciclagem e coleta seletiva, o interessado pode ligar para a Central de Atendimento da Emlurb (156) ou para a Gerência de Coleta Seletiva: 3355-1032 e 3355-1070. Por esses contatos, também é possível contribuir com o programa com doações de resíduos recicláveis.