NOTÍCIAS

| 25.09.14 - 16h05

Encontro discute riscos do benzeno à saúde do trabalhador

O curso reúne profissionais de saúde e do setor de petróleo. (Foto: Carlos Augusto/PCR)

A preocupação com os riscos decorrentes da utilização do benzeno à saúde do trabalhador está sendo discutida até hoje (25), no Museu do Forte das Cinco Pontas, no Recife. Profissionais de saúde e do setor de petróleo participam desde a terça-feira, 23, do curso “Benzeno: riscos, efeitos sobre a saúde e estratégias de prevenção”, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), em parceria com a Fundacentro.

O benzeno é uma substância tóxica usada como matéria-prima na produção de muitos compostos orgânicos importantes como fenol, anilina, plásticos, gasolina, borracha sintética e tintas, presentes em diversos processos e ambientes de trabalho. A exposição contínua ao agente químico causa alterações no funcionamento da medula.

“Lidar com essa fonte de energia exige muita cautela, porque onde há petróleo tem benzeno, e a indústria é uma das mais poluentes. Não existe nenhuma atividade que envolva o petróleo que esteja livre dessa substância, cujos riscos de contaminação, seja por vazamento ou explosão, são muito altos”, alertou a pesquisadora da Fiocruz, Idê Gurgel.

De acordo com a pesquisadora da Comissão Permanente do Benzeno (CNPBz), Luiza Maria Nunes Cardoso, a exposição à substância é proibida. “O que nós debatemos é justamente como deve ser feito o controle no ambiente, porque é um poluente universal e está presente não só na indústria, mas em ambientes que nós frequentamos sempre, como os postos de gasolina”, disse Luiza.

Entre as medidas de controle a ser implementadas estão a utilização de aparatos tecnológicos dentro das indústrias, o tratamento de efluentes, mudança nos sistemas de resfriamento de água e de reciclagem de vapores, além dos Equipamentos Individuais de Proteção (EPI) para os trabalhadores.

Para o Chefe de Divisão de Atenção à Saúde do Trabalhador, do Cerest, Clênio Guedes, o treinamento vai garantir maior preparo dos profissionais das Vigilâncias Municipais durante as investigações. “Com esse curso, nossos funcionários passam a conhecer onde o benzeno está presente, os riscos, as medidas de segurança que devem adotar e, principalmente, para que nas ações da Vigilância em Saúde os profissionais possam estar atentos aos impactos causados pelo agente químico”, explicou Clênio.