NOTÍCIAS

Cultura | 25.10.11 - 18h57

1º Seminário do Cangaço lota auditório da Livraria Cultura

O encontro é promovido pela Prefeitura do Recife e presta uma homenagem aos 100 anos de Maria Bonita

O auditório da Livraria Cultura (Bairro do Recife) ficou cheio, na tarde desta terça-feira (25), para a abertura do 1º Seminário do Cangaço, evento promovido pela Prefeitura do Recife. Uma das presenças mais esperadas foi a da pesquisadora e neta de Lampião e Maria Bonita, Vera Ferreira. Também participaram do encontro o pesquisador e presidente da Fundação Cabras de Lampião, Anildomá William, a jornalista Wanessa Campos e o sociólogo Valdir Ribeiro. 

O coordenador do Seminário e gerente de Formação Cultural, Albemar Araújo, explicou o motivo da realização do encontro. “Este ano nós comemoramos os 100 anos de Maria Bonita, então a Secretaria de Cultura decidiu prestar uma homenagem a ela reavivando a memória do cangaço”, disse. “O cangaço contribuiu muito para a formação cultural da história do povo nordestino, seja na arte, na moda, na música e até na culinária”, completou Albemar.

A primeira mesa redonda da tarde falou dos causos na história do cangaço. O pesquisador Anildomá William comandou a conversa revelando verdades e mentiras sobre a história de Lampião. “Existem várias histórias para a origem do apelido de Virgulino Ferreira da Silva, por exemplo. Alguns afirmam que o apelido Lampião surgiu porque ele atirava tão rápido que iluminava o local. Outros dizem que é porque ele acabou com todos os lampiões da cidade de Belmonte (interior pernambucano). Na verdade, não dá pra saber o que é verdade”, disse.

O sociólogo Valdir Ribeiro deu início ao segundo debate falando sobre a presença da mulher no cangaço. Valdir também mostrou ao público fotos inéditas de Maria Bonita e o seu registro de batismo. A jornalista Wanessa Campos deu continuidade a conversa abordando a influência de Maria Bonita na moda, ressaltando que as mulheres do cangaço eram vaidosas e que não entravam em combate.

Por fim, foi a vez da pesquisadora e neta de Lampião e Maria Bonita, Vera Ferreira falar sobre os avós. “Para mim é uma tarefa muito simples falar sobre o cangaço porque esta é a minha missão”, afirmou. “Meu avô ficou famoso por causa da imprensa, mas é importante lembrar que muitas das coisas que afirmavam sobre ele e seu bando não eram verdades. Lampião não matava, nem lutava, sem uma causa. Então, é como eu digo, para entender o cangaço é preciso voltar no tempo e entender os problemas daquela época”, disse Vera em meio a muitos aplausos. 

A programação do 1º Seminário do Cangaço continua nesta quarta-feira (26), a partir 14h30. Veja abaixo a programação completa. 

Programação dia 26/10/2011

14h30min – 1ª Mesa – O Cangaço e a Mídia.
Palestrante: Rosa Bezerra (Psicóloga, Escritora, Diretora da UBE/PE, Pesquisadora do Cangaço).
15h10min – 2ª Mesa - O Cangaço e a Literatura.
Palestrante: Adriano Marcena (Escritor, Dramaturgo, Diretor Teatral, Pesquisador do Cangaço).
15h50min – Aparência Cangaceira: Ocultação ou Manifestação da Realidade.
Palestrante: Germana Araújo (Professora da Univ. Federal de Sergipe, Escritora, Pesquisadora do Cangaço).
16h40min – Debate sobre as duas mesas.
17h10min – Espetáculo de Dança com o Grupo Cabras de Lampião (Serra Talhada – PE).
18h00min – Entrega dos Certificados e Coquetel.