Atrações locais fazem a festa do polo natalino do Ibura
Por Otávio Dias
Boi Tá Tá Tá do Jardim Monte Verde no Ibura. Foto: Irandi Souza[/caption]
Um clima de quermesse do interior tomou conta do Polo Natalino do Ibura na noite de Natal desta segunda-feira (24), na Zona Sul da capital pernambucana. Famílias inteiras, incluindo muitas crianças e idosos, reuniram-se no principal campo de futebol do bairro para acompanhar a programação cultural oferecida pela Prefeitura do Recife. Apenas grupos do Ibura e de comunidades próximas se apresentaram na festa, o que tornou o evento ainda mais descontraído, já que a maioria do público presente era formado por amigos e parentes dos artistas que subiram ao palco.
A primeira atração da noite foi o pastoril religioso Menino Jesus do Jordão, vindo depois o Boi Tá Tá Tá do Jardim Monte Verde, o Samba D+ da Lagoa Encantada e a banda de manguebeat Patos Loucos do Ibura/Jordão. A festa foi encerrada pelo grupo de coco Imbiriba, a banda regional Mandagarobe e a suingueira A Quebrada. “Está muito legal a programação, pois os grupos que estão se apresentando conhecem e valorizam as nossas comunidades e sempre recebem o nosso apoio e carinho”, opinou a dona de casa Maria do Rosário Silva, moradora do Ibura de Baixo.
Coordenado pela pedagoga Telma Maria Vieira, o pastoril Menino Jesus do Jordão foi criado há mais de uma década com a proposta de resgatar a tradição do Natal. “Passei minha infância em Casa Amarela acompanhando diversos pastoris religiosos. Por isso resolvi criar um novo grupo para continuar com a tradição”, revela Telma, que também atua como a Diana do pastoril que dirige.
Quem também teve uma atuação destacada no polo do Ibura foi o Boi Tá Tá Tá, formado por cerca de 20 pessoas entre percussionistas e bailarinos. “O Boi é um brincante de todas as épocas (Natal, Carnaval e São João) que encanta pessoas de todas as idades. Nosso grupo tem apenas quatro anos de atuação, mas já conquistou o 1º lugar geral no desfile oficial do Carnaval recifense em 2011 e o acesso ao grupo especial em 2012”, orgulha-se a coreógrafa Elaine Cristina, que fez questão de citar alguns dos personagens importantes do folguedo, como o bumba meu boi e o casal Mateus e Catirina.
Samba de primeira – Apresentando sucessos de artistas consagrados no Sul e Sudeste, como Tiaguinho, Alexandre Pires e Seu Jorge, os dez integrantes do Samba D+ provaram que o ritmo também tem um público cativo na Terra do Frevo. “Temos 15 anos de estrada e estamos para lançar nosso 3º disco. Acho que o apoio crescente do público é reflexo do nosso amadurecimento musical e profissional”, explica o vocalista Kall Silva. Ele aproveitou para agradecer o apoio municipal. “Os eventos promovidos pela Prefeitura são como mãe e pai pra gente, pois sempre somos chamados para integrar as programações das festas populares promovidas pelo município”, ressaltou Kall.
Fazer um trabalho autoral de qualidade baseado em mestres consagrados não parece tarefa fácil para nenhuma banda que está começando. Mas os quatro músicos da banda de manguebeat Patos Loucos provaram que é possível. Com forte presença de palco e voz firme, o vocalista e percussionista Fábio Filho comandou a quarta apresentação no Ibura sem deixar ninguém parado. “Nós fazemos um som mangue mais regional do que Chico Science, mas não há dúvidas que nossa fonte principal de inspiração é o próprio Chico e o Jackson do Pandeiro”, explicou Fábio. Outra boa surpresa do grupo foi a baixista Ana Frus, que tocou com desenvoltura de veterana, a exemplo dos outros colegas de banda Amarelo (na guitarra solo) e Anderson (bateria). Dançando defronte ao palco a estudante Ana Francisca Torres gostou muito da apresentação. “Foi uma grata surpresa, espero que eles tenham muito sucesso”, opinou.