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Cultura | 26.01.21 - 12h03

NOTA DE PESAR - TARCÍSIO PEREIRA

 

O Recife perdeu esta noite um dos maiores guardiões, realizadores e entusiastas que a literatura já revelou em suas paisagens. O secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho, lamentam a morte do livreiro Tarcísio Pereira, mais uma vítima do covid-19, que formou e congregou tantas gerações de artistas, poetas, escritores e leitores entre as generosas prateleiras de sua icônica Livro 7.

Muito mais que uma livraria, Tarcísio criou e manteve a ferver entre os anos 1970 e 2000, no centro do Recife, um espaço cultural dos mais importantes da cidade, investindo na promoção sistemática de eventos e lançamentos literários, com a participação contumaz de nomes ilustres como Gilberto Freyre e Ariano Suassuna, entre tantos outros, sendo portas sempre abertas para iniciados e iniciantes nas artes.

Além de reunir os mais de 60 mil livros, que colocaram a Livro 7 na posteridade do Guiness Book como a maior livraria do Brasil, Tarcísio fundou o conceito de loja colaborativa, arregimentando empreendedores para sonhar junto com ele e agregar predicados à livraria que confirmou o Recife como geografia literária e legou eternidade à história de seu criador e de tantos outros recifenses que sonharam em escrever um mundo melhor, da Livro 7 em diante. 

“Tarcísio Pereira escreveu seu nome na história do Recife, porque faz parte de muitas vidas, de gerações a quem abriu portas para a emoção da convivência. Convivência com as palavras, as pessoas, o conhecimento. E também o direito ao sonho. Tudo isso um espaço como a Livro 7 oferecia a todos nós. Essa página da cultura recifense, de quem acredita e faz da arte um ofício de vida, tão bem personificada por Tarcísio, não pode e não vai ser fechada. O legado é como uma inspiração, para quem vive e luta pela cultura efervescente da nossa cidade, hoje tão impactada por este momento difícil que o mundo atravessa. Hoje mais triste com a perda de alguém como Tarcísio Pereira da Livro 7. Obrigado, Tarcísio, que saibamos seguir este belo e inesquecível exemplo de amor à arte”, afirmou o secretário Ricardo Mello.

"Pertenço à geração de Leitores dos tempos da Livro 7 e é deste lugar que desejo falar agora. Tarcísio Pereira nos recebia, ele pessoalmente. E conversava e acolhia. É em nome dos leitores, que desejo agradecer e dizer de como um homem pode, por meio de suas práticas, ajudar a mudar para melhor a vida de muitas pessoas. Recife acorda sem um de seus mais gentis  cidadãos", lamentou o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho.