Cultura | 26.04.18 - 15h08
Grande público prestigia segundo concerto da Banda Sinfônica do Recife em 2018
Realizada na noite de ontem, apresentação passeou pela obra de compositores eruditos, como Béla Bartók e Jacob de Haan, pelas trilhas de cinema e pela Música Popular Brasileira de Tom Jobim. Próxima apresentação será no dia 30 de maio
Nem eram 18h e a fila já se formava na bilheteria do Teatro Santa Isabel para a retirada de ingressos para o segundo concerto oficial da Banda Sinfônica do Recife, na noite de ontem. Às 20h, a casa estava cheia, como de costume, para prestigiar a apresentação comandada pelo maestro Nenéu Liberalquino, com seu democrático repertório, onde clássicos eruditos e populares convivem em perfeita harmonia.
Oferecida pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, a apresentação começou com dois clássicos eruditos mundiais: Symphonic Variations, do compositor holandês Jacob de Haan, e Allegro Barbaro, uma das peças de piano solo mais famosas do compositor húngaro. Enveredou, na sequência, pela música popular brasileira, com O Bêbado e a Equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc, e Wave, de Tom Jobim.
Teve também solo de sax alto, executado por Gilberto Pontes, na música Serenade for Alto Sax and Band, de Frank Bencriscutto. E as indefectíveis trilhas de cinema, lembradas no medley do compositor estadunidense Jerry Goldsmith e na música Mambo, de Leonard Bernstein.
O concerto foi marcado também pela despedida do clarinetista Manoel Agostinho da Silva, que após 44 anos dedicados à Banda Sinfônica, fez, na noite de ontem, seu último concerto antes da aposentadoria. “O reconhecimento do público é que anima cada vez mais”, disse, emocionado.
E ele não foi o único a se emocionar na noite de ontem. A jovem Edvânia da Silva, 30 anos, estava sem caber em si de emoção pela possibilidade de fazer duas estreias numa noite só: “Foi meu primeiro concerto. Na verdade, foi a primeira vez que pisei num teatro na vida”, confessou, com o filho Davi, 3 anos, a tiracolo. “Pelo menos ele começou mais cedo”, brincou Edvânia, moradora de Ipojuca, que viajou ao encontro de uma das “maiores emoções da vida” junto com outros 25 estudantes do Colégio Nossa Senhora do Ó. No comando da excursão, o professor de música José Wellyson comparou o concerto a uma janela para a cidadania. “Eles não têm essa oportunidade onde moram. São todos alunos de música e queria que eles soubessem onde seu talento e sua dedicação pode levá-los.”
Estudantes de arquitetura, os amigos Vinícius Barbosa, 18 anos, e Geovane Oliveira, 19 anos, também decidiram frequentar os concertos para aprender. “Além da possibilidade de descobrir sobre compositores e suas obras, nos interessa principalmente a rotina de frequentar o Santa Isabel”, disse Vinícius. “A música inspira e essa construção, mais ainda”, brincou Geovane, entre outros colegas que eles fazem questão de arregimentar a cada concerto.
Já as amigas Isabela Moraes e as irmãs Rafaela e Adilza Bandeira foram assistir ao concerto da Banda Sinfônica pela primeira vez, na noite de ontem, em busca somente de lazer. “É muito importante essa programação gratuita. Ficamos curiosas”, disse Adilza, que arregimentou o trio.
O quarto concerto oficial da temporada 2018 da Banda Sinfônica do Recife será realizado no próximo dia 30 de maio.