Isaar universaliza o forró e o coco na Praça do Arsenal
Show da cantora pernambucana inovou em arranjos originais de músicas de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro
Ao mesmo tempo em que a programação do São João do Recife promove shows de atrações voltadas para as raízes da nossa cultura junina, também há espaço para sons de caráter mais contemporâneo. que conseguem agradar tanto quanto um autêntico trio pé-de-serra. Foi o caso da cantora Isaar, que apresentou um show primoroso na noite deste sábado (25), na Praça do Arsenal da Marinha, no Bairro do Recife.
A música cosmopolita de Isaar consegue captar e fazer ressoar ecos de várias partes do mundo, tamanha é a miscelânea de vertentes e nuances que ela consegue transformar em som. Porém, os pés fincados na terra em que nasceu fazem dela uma artista que traduz tudo isso através de uma linguagem particular, com um sotaque inconfundível. Isso se refletiu no repertório apresentado no show desta noite. Além das músicas que compõem seus dois álbuns (“Azul Claro” e “Copo de Espuma”), a cantora deu vida nova a clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, com releituras bastante autorais desses gênios da música popular nordestina.
“Temos algumas músicas que fogem desse padrão mais junino, mas o interessante é justamente unir a formação da banda, que é baixo, bateria, guitarra e trombone, a um formato que se aproxime de coisas como o forró e o coco, mas sempre com nosso jeito de fazer. Acho que vai dar pro pessoal dançar, um forrozinho meio diferente”, disse a cantora, pouco antes da apresentação. E como bem deduziu a artista, o público caiu nas graças dos seus arranjos originais para canções como “Riacho do Navio”, de Luiz Gonzaga; “Peneirou, Gavião”, de Jackson do Pandeiro; além do clássico de São João, “Chegou a Hora da Fogueira”, que ganharam versões em reggae, ska e pop.
Não houve quem não se empolgasse com a voz primorosa e instigante de Isaar, regada com o molho especial de sua banda. Ovacionada pelo público que pedia bis, a artista caiu nas graças de jovens e adultos, sem distinção. A comerciante Ana de Assis, 46 anos, não conhecia o trabalho de Isaar e já disse que quer ver novamente. “Eu não tenho nem palavras. Gostei muito das músicas que ela cantou. Me lembraram muita coisa que eu ouvia quando jovem, mas de um jeito diferente”. “A primeira vez que ouvi Isaar faz um três anos. Desde então, venho acompanhado os shows que ela faz”, disse o estudante Igor Vicente Rocha, de 20.