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| 26.09.12 - 09h17

Ditadura Militar é tema de musical no Parque Dona Lindu

[caption id="attachment_26628" align="alignleft" width="334"] Abertura foi marcada por homenagens as personalidades que lutaram pela democracia. Foto: Inaldo Lins[/caption]

Promovido pela Prefeitura do Recife, o show faz parte do Projeto Marcas da Memória 2012

Canções proibidas durante o período da ditadura militar no Brasil foram lembradas na noite desta terça-feira (25), no musical “Com Censura: músicas da Ditadura”, apresentado no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. O espetáculo, que faz parte do Projeto Marcas da Memória 2012, foi promovido pela Prefeitura do Recife, por meio das Secretarias de Direitos Humanos e Segurança Cidadã (SDHSC) e de Cultura.

A abertura do show foi marcada por homenagens as personalidades que lutaram pela democracia durante a época militar. Amparo Araújo, secretária municipal de Direitos Humanos e Segurança Cidadã (SDHSC), foi uma das homenageadas. “É um reconhecimento da minha luta pela liberdade de expressão. Nesta noite, revivemos a nossa juventude, que lutou pelo fim do regime militar”, afirmou Amparo, que foi integrante de um grupo resistente contra ditadura civil militar, liderado por Carlos Marighella. Também foram homenageados Fernando Santa Cruz e Marcelo Mário de Melo membros dos movimentos estudantis, que lutavam pelo fim da ditadura.

O musical, formado por 13 pessoas do Grupo MPB UNICAP, trouxe arte e histórias da Música Popular Brasileira (MPB). Durante uma hora e vinte minutos de apresentação, os músicos cantaram 24 canções conhecidas do público, entre elas estavam “Para não dizer que não falei das flores”, Geraldo Vandré; “Vaca profana”, Caetano Veloso; “Cálice”, Chico Buarque e Gilberto Gil;”Pare de tomar a pílula”, Odair José e “Carisma”, Belchior.

Para Percy Marques, diretor geral do espetáculo, o musical emociona o público. “Apresentamos para sociedade um show diferente, que desperta na plateia uma mistura de sentimentos. Através das imagens, mostramos a dura realidade do período militar e por meio da música suavizamos a dor cantando”, declarou Percy.

Na ocasião, foram projetados em telão vídeos e cópias dos documentos usados pelas gravadoras, que censuravam músicas, interpretadas pelo governo da época como imorais e subversivas. Nas décadas de 60, 70 e 80, compositores e cantores tiveram suas canções censuradas. Mais de 500 pessoas assistiram ao espetáculo. “A expressão corporal de cada músico transmite um pouco de tudo que foi vivido naquela época. É bom conhecer a nossa história, não podemos ignorar a repressão que muitos viveram pelo fim do regime militar”, disse Beatriz Menezes, estudante do curso de Relações Públicas da Unicap.