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A Prefeitura do Recife realizou, na manhã desta terça-feira (26), no auditório Capiba (15º andar do edifício-sede), a primeira audiência pública para discussão das propostas do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. O encontro reuniu especialistas e diversos segmentos da sociedade para debater a Política Municipal de Mobilidade Urbana, parte mais geral do Plano, que inclui tópicos como princípios, diretrizes, objetivos e estratégias. Até o dia 13 de outubro, o texto-base com a proposta estará disponível para consulta no portal planodemobilidade.recife.pe.gov.br, plataforma que permite também o envio de sugestões.

“Nesta primeira audiência, discutimos o conjunto de contribuições já sistematizadas, como parte de um processo de escuta que agora culminou com a disponibilização do material para consulta. Mobilidade urbana é um tema abrangente, que deve ser abordada de forma integrada e sistêmica, inclusive na sua dimensão metropolitana”, aponta o secretário de Planejamento Urbano do Recife, Antônio Alexandre. De acordo com ele, os próximos debates incluirão as políticas setoriais (voltadas para temas como pedestres, ciclistas, transporte de passageiros, transporte de carga, polos geradores de viagens e estacionamento) e depois os projetos estruturadores vinculados a cada uma delas.

Na ocasião, o diretor executivo de Planejamento da Mobilidade do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), Sideney Schreiner, apresentou um resumo da proposta sobre a Política Municipal de Mobilidade Urbana. “Já fizemos 18 oficinas nas microrregiões da cidade, com participação de quase 1200 pessoas, o que gerou mais de 1300 contribuições. É uma etapa essencial para a construção do Plano”, afirma. Entre os princípios propostos para a Política estão acessibilidade universal, segurança nos deslocamentos, sustentabilidade social, econômica e ambiental, gestão democrática e integração do planejamento da mobilidade urbana com o planejamento do uso e ocupação do solo.

Para o professor Oswaldo Lima Neto, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o uso e ocupação do solo deve conduzir as decisões sobre a mobilidade urbana, e não o contrário. “Cidades com mobilidade sustentável devem manter centros fortes, o que não se contradiz com um desenvolvimento descentralizado com diversos subcentros. Em resumo, deve-se priorizar o transporte público, restrições aos carros particulares e a integração entre os diversos modais”, considera. Os presidentes do ICPS, João Domingos, e da Comissão de Mobilidade e Acessibilidade da Câmara Municipal do Recife, vereador Gilberto Alves, também participaram da audiência.

PROPOSTA - A Política Municipal de Mobilidade Urbana propõe como instrumento de planejamento um modelo que integra a mobilidade e o uso do solo. A proposição está ancorada em dados levantados a partir de diversas pesquisas, entre elas a Pesquisa Origem/Destino. Fazem parte do escopo da política proposta as seguintes diretrizes: promoção da segurança das pessoas, melhoria da qualidade dos sistemas de mobilidade, transformação para a mobilidade sustentável, modernização da gestão da mobilidade urbana e o aumento da resiliência dos sistemas de mobilidade.

Outra fonte de importante contribuição para estabelecer os parâmetros estabelecidos na proposta da Política Municipal de Mobilidade foi a Pesquisa Origem/Destino 2016, que levantou informações de mais de 84 mil pessoas pelo questionário online, levando em consideração as duas principais motivações de deslocamento da população dentro do Recife: estudo e trabalho. O formato da pesquisa permite atualização de dados que deve acontecer anualmente permitindo, assim, que ajustes possam ser realizados com o objetivo de melhorar as ações de mobilidade na capital. A nova edição da Pesquisa Origem-Destino já está on-line, no endereço pesquisaodmetropolitana.recife.pe.gov.br.